O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, destacou nesta quarta-feira (29), em coletiva de imprensa, que a oferta de milho tende a seguir apertada nos próximos meses, embora suficiente para atender a demanda do setor de proteína animal.
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“A oferta de milho existe, pelo crescimento da importação da Argentina e do Paraguai, com a possibilidade de vir a se trazer o cereal dos Estados Unidos até dezembro, bem como pelos washouts, que indicam que a exportação do Brasil neste ano ficará aquém das 35 milhões de toneladas projetadas inicialmente”, comenta.
Santin entende que o preço do milho, já em patamares elevados, não deva
subir ainda mais, ficando longe do patamar de R$ 120,00. “Vemos, por outro
lado, a possibilidade de um recuo nos preços do cereal, embora pontuais, com
diferenças regionais, especialmente quando a safra de verão chegar ao
mercado”, sinaliza.
Santin ressalta que o maior uso de insumos alternativos frente ao milho,
como o trigo ração, também ajudou o setor a se abastecer. “Só no caso do
Rio Grande do Sul, por exemplo, foram 200 mil hectares a mais de trigo ração que entrarão no mercado. Também houve a importação de outras três milhões de toneladas de trigo, que ajudaram a reduzir o impacto dos preços do milho”, pontua.
A ABPA está estimando um estoque final de passagem da safra 2020/2021 entre sete a nove milhões de toneladas de milho, segundo cálculos do governo, o que deve atender a demanda do setor produtivo.