O governo de Mato Grosso do Sul decretou emergência ambiental uma semana atrás e iniciou a operação Pantanal II, que visa combater os incêndios no bioma. Assim, de 24 a 31 de julho, os focos caíram cerca de 75%, passando de 163 para 40, segundo o Corpo de Bombeiros, que coordena a ação.
Mais de 320 militares e civis estão envolvidos na tarefa de diminuir os focos de calor. A operação conta com o apoio de cinco aeronaves, sendo quatro helicópteros e um avião hércules C130, fundamentais para levar água para áreas de difícil acesso que estão queimando.
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Em quatro dias, dois helicópteros realizaram 66 investidas, ou seja, vezes em que água foi despejada sobre os focos de incêndio. O avião hércules é capaz de soltar até 12 mil litros de água em cada sobrevoo e fez quatro lançamentos em dois dias. Somadas, as aeronaves foram responsáveis por despejar 71 mil litros de água em áreas com fogo.
“Nós fizemos o decreto de emergência ambiental com a clareza da gravidade da situação, e a necessidade de uma articulação institucional. Uma semana depois vemos o empenho de todos os setores envolvidos e os bons resultados obtidos. Teremos meses difíceis pela frente e precisamos dessa ação integrada para minimizar os impactos ambientais”, afirma o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do estado, Jaime Verruck.
A ação integrada conta com apoio do governo federal por meio do Ministério da Defesa, Ministério do Meio Ambiente, Forças Armadas com a Marinha, além do Corpo de Bombeiros, Polícia Miliar Ambiental e Ibama.
Situação crítica no Pantanal
O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul atendeu 661 ocorrências de incêndios florestais em 2020, sendo 58 apenas em Corumbá. O número de atendimentos de janeiro até agora no município é mais que o dobro do mesmo período de 2019 e 2018, quando somavam 28 e 24 respectivamente.
Mato Grosso do Sul é classificado como o quinto estado do país com maior número de focos de calor, porém Corumbá é o primeiro no ranking brasileiro. Os focos de calor por bioma também são muito maiores no Pantanal do que no Cerrado, que ocupa o segundo lugar.
De janeiro a julho, as queimadas consumiram cerca de 820 mil hectares na região do Pantanal. Somente em julho, a estimativa é de que mais de 180 mil hectares tenham sido devastados pelas chamas.