Pecuária

Projeto ABC Cerrado recupera área de 110 mil campos de futebol

Nos hectares restaurados, a produtividade na bovinocultura de corte subiu de 0,7 animal por hectare para 2,5 animal por hectare

ABC Cerrado, pastagens
Foto: Giro do Boi/reprodução

O projeto ABC Cerrado recuperou cerca de 93 mil hectares de pastagens degradadas em cinco anos no bioma, uma área correspondente a 110 mil campos de futebol. Os dados fazem parte de um estudo inédito que avaliou os impactos da adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono na agropecuária por produtores rurais e serão divulgados na manhã desta quarta-feira, 6, em evento em Brasília (DF).

O ABC Cerrado é uma parceria entre Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Ministério da Agricultura, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com recursos do Fundo de Investimento Florestal (FIP, em inglês) administrados pelo Banco Mundial.

Ao menos 7,8 mil produtores rurais receberam capacitação e assistência técnica e gerencial na Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Minas Gerais, Piauí, Tocantins e no Distrito Federal. As principais cadeias atendidas foram a de criação de gados de corte e de leite, além da agricultura.

Os dados mostram que 86% das propriedades têm até 500 hectares e a tecnologia mais adotada pelos produtores foi a recuperação de pastagens. Nas áreas recuperadas, por exemplo, a produtividade na bovinocultura de corte subiu de 0,7 animal por hectare para 2,5 animal por hectare. O ganho de peso do gado com a renovação da pastagem passou de 400 gramas para 900 gramas por dia e a idade de abate caiu de 36 para 19 meses.

Além da recuperação de pastagens degradadas, as outras tecnologias adotadas foram a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistema de plantio direto e o cultivo de florestas, que permitiram ao produtor ampliar a renda e diversificar a atividade produtiva com conservação ambiental.

Ao todo, mais de 18 mil pessoas foram beneficiadas pelo ABC Cerrado em cinco anos, entre produtores e familiares, estudantes e técnicos, 54% a mais que a meta inicial, de 12 mil, estabelecida em 2015. Foram cerca de 214 mil horas de assistência técnica seguindo cinco passos: diagnóstico produtivo individualizado, planejamento estratégico, adequação tecnológica, capacitação profissional complementar e avaliação sistemática dos resultados.