Com a alta dos preços dos insumos usados na avicultura, a relação de troca continua desfavorável ao criador de frango.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no caso do farelo de soja, considerado o valor da saca negociada no mercado de lotes de Campinas (SP), em janeiro foi possível ao avicultor a compra de 1,55 quilo do derivado com a venda de um quilo de frango vivo. “Essa quantidade está 9,9% abaixo da observada em dezembro e ainda 33,1% inferior à de janeiro do ano passado”, informou o centro de estudos em relatório sobre o mercado.
Quanto ao milho, também com base na região de Campinas, o produtor pôde comprar 3,06 quilos do cereal com a venda de um quilo da ave, recuo de 14% na comparação mensal e de 17,7% na anual.
No mercado de frango vivo, a procura foi limitada por parte da indústria que tentava reduzir seus estoques. Isso impediu reações nos preços do frango. Na região de São Paulo, o animal foi cotado, em média, a R$ 4,27 por quilo em janeiro, 4,7% abaixo do registrado em dezembro, mas 36,7% acima do de janeiro de 2020.
“O excesso de chuvas tem dificultado a colheita da soja no Brasil, preocupando o setor e reforçando o cenário de baixa disponibilidade do grão”, disse o Cepea. Em janeiro, o farelo de soja teve média de R $2.774,78 a tonelada na região de Campinas, aumento de 6,7% ante dezembro e 106% acima do observado em janeiro de 2021.
“Para o milho, a baixa disponibilidade e a demanda aquecida elevaram as cotações em janeiro para o recorde real em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea”. No caso do indicador Esalq/BM&FBovespa, a média mensal foi de R$ 83,65/saca, altas de 11% frente à de dezembro e de 66% na comparação com janeiro/20.
No atacado da Grande São Paulo, o frango inteiro congelado valorizou 0,9% na semana encerrada no dia 3 de fevereiro, a R$ 5,69/kg. Em Toledo (PR), a alta foi de 5,6%, com o produto inteiro cotado a R$ 6,44/kg no dia 3.