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MERCADO INTERNACIONAL

Brasil exporta mais de 21 mil bois vivos para Turquia

Segundo o Mapa, a viagem entre o Brasil e a Turquia (destino da maioria dos bois exportados) pode durar de 18 a 20 dias

O Porto de São Sebastião, localizado no Litoral de São Paulo, iniciou o embarque de 21.084 bois vivos com destino à Turquia no fim de semana.

Na operação, acompanhada pelos profissionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), estão sendo transportados animais da raça brangus, que é resultado do cruzamento entre o aberdeen angus e os zebuínos nelore, tabapuã, brahman, entre outros.

O procedimento está a cargo dos auditores fiscais federais agropecuários e agentes de atividades agropecuárias pertencentes a duas divisões do Mapa: o Departamento de Saúde Animal (DSA) e a Coordenação Geral da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro).

Cuidados

Os Estabelecimentos Pré-Embarque (EPEs) são locais onde animais ficam em quarentena para atender exigências sanitárias dos países importadores. O Serviço de Fiscalização de Insumos e Saúde Animal (Sisa) supervisiona o período, desde a abertura da quarentena até o encerramento, garantindo que os animais estejam prontos para a viagem.

Após a chegada ao porto, o Vigiagro assume a responsabilidade. Eles verificam as condições dos animais para o embarque nos navios, especialmente projetados ou adaptados para essa finalidade, garantindo o transporte adequado até o país de destino.

O trajeto entre EPEs e o porto não deve exceder 12 horas, enquanto a viagem Brasil-Turquia (destino principal) pode durar de 18 a 20 dias.

“Cada etapa envolve planos de manejo e planos de viagem, além de medidas de contingência, garantindo a saúde dos animais e um ambiente seguro e benéfico ao seu redor”, afirmou Celso Gabriel Herrera Nascimento, chefe do Serviço Regional de Gestão do Vigiagro da 4ª Região.

A operação de embarque dos bois terá duração de uma semana.

Somente em 2023, o Porto de São Sebastião realizou oito embarques, todos com destino à Turquia, totalizando cerca de 70 mil animais.

As exportações podem ser para engorda, abate imediato ou para reprodução. No caso dos animais que estão sendo embarcados nesta semana, o destino será a engorda.

O Brasil também exporta bois vivos para diversos outros países, como Egito, Iraque, Palestina, Angola, Argélia, Bolívia, Camboja, Congo, Emirados Árabes Unidos, Equador, Ilhas Maurício, Jordânia, Líbano, Irã, Marrocos, Moçambique, entre outros.

Além de São Sebastião, as exportações também ocorrem pelos portos de Rio Grande (RS), Imbituba (SC) e Vila do Conde (PA).

Bem-estar dos bois

O Mapa diz que tem um papel ativo na implementação das ações de bem-estar animal em todas as etapas do transporte, proporcionando treinamento para os envolvidos no manejo animal.

O Código Sanitário de Animais Terrestres da OMSA considera o bem-estar animal como um aspecto crucial, abrangendo tanto a saúde física como mental dos animais.

Para garantir condições adequadas, os animais devem estar em bom estado físico, receber alimentação adequada e estar em um ambiente seguro que permita o desenvolvimento de seus comportamentos naturais. Situações dolorosas, assustadoras ou desconfortáveis devem ser evitadas.

As “cinco liberdades” são padrões fundamentais estabelecidos pelo Código, incluindo: liberdade de fome, sede e desnutrição; liberdade de medo e angústia; liberdade de desconforto físico e térmico; liberdade de dor, lesões e doenças; e liberdade para expressar comportamento natural.

Na área portuária, a fiscalização começa com uma minuciosa inspeção da embarcação para assegurar que ela atenda aos requisitos para receber bovinos e garantir as cinco liberdades.

Durante a viagem, é obrigatório que a alimentação e água estejam disponíveis em todo o percurso. A embarcação deve possuir recursos para abastecer os reservatórios e oferecer ventilação e oxigenação adequadas.

A fiscalização verifica o espaçamento horizontal e vertical onde os animais serão acomodados, a presença de baias hospitalares, o uso de pisos antiderrapantes e a ausência de objetos cortantes.

Além disso, é necessário que haja uma farmácia a bordo e um plano para isolar decks, caso ocorra alguma doença transmissível durante a viagem. Tais medidas visam garantir o bem-estar dos animais durante todo o processo de transporte.

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