A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul desencadeou nesta quinta-feira, 6, a Operação Campo Limpo, para combater casos de furto de gado no estado. Participaram da ação agentes do Departamento de Polícia do Interior (DPI), Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato (Deleagro), Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).
“A ação tem como objetivo garantir o patrimônio e a segurança dos produtores, trabalhadores e população que reside ou trabalha onde estão sendo desenvolvidas atividades rurais e contou com o apoio técnico da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal e Vigilância Sanitária (Iagro) para aferir a regularidade sanitária das propriedades vinculadas às pessoas suspeitas”, diz.
Na regional de Paranaíba, no município de Aparecida do Taboado, 31 policiais civis estiveram envolvidos nas investigações que buscam a apreensão de material e documentos probatórios contra pessoas suspeitas de integrar ou cooperar com uma quadrilha especializada no crime de furto de gado.
As investigações começaram em Paraíso das Águas, após o registro de uma ocorrência no começo do ano. Entre 17 e 18 de janeiro de 2021, foram subtraídas de uma propriedade rural de Chapadão do Sul, 32 novilhas da raça nelore, com idade entre 15 e 24 meses, com a marca FA.
Desde o registro da ocorrência, as investigações contaram com a participação de policiais civis das unidades de Paraíso das Águas, Cassilândia e Aparecida do Taboado e passaram a ser acompanhadas pelo Dracco, porque há evidências de que se encontra em operação uma estrutura organizada e dedicada à pratica de furto de gado em toda a região norte do estado de Mato Grosso do Sul.
Levantamento realizado nas delegacias de polícia envolvidas na operação aponta que entre janeiro de 2020 e março de 2021 foram registradas a subtração de 433 cabeças de gado. Ao atual preço da arroba, as cifras ultrapassam o valor de um R$ 1 milhão.
“Importante lembrar que os animais objeto de abigeato ingressam num mercado negro que envolve transportadores, corretores, escritórios e até mesmos frigoríficos, que dificulta ou anula a fiscalização sanitária e pode comprometer a saúde do rebanho estadual”, diz a Polícia Civil.
Operação Campo Limpo identifica comércio ilegal de carnes em Porto Murtinho
Policiais civis da Delegacia de Porto Murtinho, pericia criminal e vigilância sanitária realizaram ações em estabelecimentos comerciais do município visando combater o comércio clandestino de carnes, no âmbito da Operação Campo Limpo.
Em um dos estabelecimentos, foram encontradas diversas carnes que não possuíam notas fiscais nem comprovação de sua origem, podendo, inclusive, ser produto de abigeato, bem como estavam acondicionadas em desacordo com a legislação, conforme constatado pela vigilância sanitária e pela perícia criminal de Jardim.
No local, verificou-se a falta de higiene, uma vez que foram encontrados uma barata, teias de aranha próximo as carnes e um animal doméstico (gato) andando na área do açougue. As carnes foram apreendidas e serão destruídas pela vigilância sanitária. O responsável pelo local foi preso em flagrante pelo crime.
Tragédia após a operação
O delegado Mikail Faria, que assumiu a recém-criada Delegacia Especializada de Combate a Crimes Rurais e Abigeato (Deleagro), em Mato Grosso do Sul, morreu nesta quinta-feira, 6, após participar da Operação Campo Limpo.
De acordo com a nota oficial da Polícia Civil, ele foi vítima de um acidente de carro na BR–060, entre Sidrolândia e Campo Grande, quando voltava de uma operação contra furto e roubo de gado, em Ponta Porã. O carro do policial acabou colidindo com um caminhão boiadeiro.