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Retrospectiva: mercado do boi gordo se recuperou em 2018 e assumiu protagonismo

O ano foi de plena recuperação para o setor graças ao aumento dos embarques para a China

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Foto: Governo do Maranhão

Após um ano turbulento em 2017 para o setor de carne bovina, com escândalos de corrupção que feriram a credibilidade da pecuária de corte brasileira no mercado internacional, 2018 foi de plena recuperação, com a carne bovina passando ao papel de protagonista na balança comercial. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, isso foi possível graças ao aumento dos embarques para a China.

No acumulado do ano até a terceira semana de dezembro, as exportações brasileiras de carne bovina totalizaram 2,53 milhões de toneladas, crescimento de quase 7% em relação ao mesmo período de 2017, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Por outro lado, a produção de carne bovina no período foi de 8,97 milhões de toneladas, com queda de 2,6%.

A greve dos caminhoneiros deflagrada em maio e que praticamente paralisou o país causou muito impacto sobre o setor de carne bovina. Os reflexos foram sentidos principalmente na exportação, com os números de junho ficando em apenas 177,4 mil toneladas, antes de uma expressiva recuperação, em julho, para 240 mil toneladas.

Nova call to action

Para Iglesias, os problemas do setor carnes neste momento estão mais concentrados na avicultura, com o embargo europeu às exportações e a tarifa antidumping imposta pela China e, mais recentemente, com o desgaste junto à liga dos países árabes. “No mercado doméstico, o foco está na limitada recuperação da economia, que impossibilita mudanças significativas no padrão de consumo. Com isso, a carne de frango segue como principal opção”, apontou.

Outro destaque deste ano para o setor foi que, pela última vez todo o rebanho dos estados do Acre, Rondônia, parte do Amazonas e parte de Mato Grosso foram vacinados contra aftosa obedecendo todas as datas do calendário nacional. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em maio do ano que vem, ainda farão a vacinação dos animais, mas, já em novembro, estarão fora do calendário de vacinação de bovinos e bubalinos. O plano estratégico 2017-2026 do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) prevê a retirada gradual da vacinação no país.