Cavalos são capazes de interpretar emoções humanas

Pesquisa da universidade britânica de Essex revela que os animais viram a cabeça e têm o batimento cardíaco acelerado quando veem foto de humano com raiva ou outro sentimento negativo

Fonte: Universidade de Essex/Divulgação

Psicólogos da universidade britânica de Essex demonstraram, pela primeira vez, que cavalos são capazes de distinguir entre expressões faciais humanas de raiva ou alegria, por exemplo. O estudo foi publicado nesta quarta-feira, dia 10, na revista Biology Letters.

Os pesquisadores estudaram as reações de 28 cavalos que observaram fotos com expressões humanas positivas e negativas. Quando as imagens expressavam raiva, os animais usavam mais o olho esquerdo para ver a foto. Esse comportamento ocorre quando o cavalo percebe algum estímulo negativo. Além disso, o batimento cardíaco deles acelerou e eles passaram a demonstrar comportamentos relacionados ao estresse.

Os cavalos vieram de estábulos das cidades de Sussex e Surrey, ambas na Inglaterra. As fotos mostradas a eles não traziam rostos que os animais tivessem visto antes. Segundo os pesquisadores, não houve interferência na reação dos cavalos, nem foi ministrado qualquer tipo de treinamento.

“O mais importante desse estudo é mostrar que cavalos têm a habilidade de ler emoções e superar a barreira entre espécies. Nós sabíamos que os eles formam uma espécie socialmente sofisticada, mas esta foi a primeira vez que constatamos que eles sabem distinguir entre faces humanas”, diz Amy Smith, doutoranda e uma das líderes da pesquisa.

Pesquisas anteriores já mostraram que muitas espécies viram levemente a cabeça para ver eventos negativos com o olho esquerdo. Isso se deve ao fato de o hemisfério direito do cérebro (que processa informações coletadas pelo olho esquerdo) ser especializado em detectar estímulos ameaçadores.

“Curioso como eles conseguem perceber com precisão emoções negativas, apesar das dramáticas diferenças nas morfologias faciais de cavalos e humanos.Temos outra pesquisa em andamento que examina a relação entre várias emoções e o comportamento social dos animais”, diz a professora Karen McComb, também co-autora do estudo.