O eventual fechamento temporário de frigoríficos de bovinos no Brasil por causa de casos de contaminação de coronavírus dos funcionários não teria efeito prejudicial à cadeia produtiva como um todo, avaliou o sócio-diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres, nesta quarta-feira, 28.
Torres disse que a cadeia pecuária no Brasil “é muito pulverizada” e “convive há tempos” com eventuais aberturas e fechamentos de plantas, sem que isso afete sobremaneira todo o processo produtivo e desequilibre o fornecimento nacional de carne.
“Logicamente há efeitos regionais, onde a situação pode ser dramática, mas nacionalmente afeta pouco”, disse ele, acrescentando, ainda, que há regiões nas quais se um frigorífico fechar, outro acaba atendendo à demanda.
O consultor disse que situação diferente ocorre nos Estados Unidos, onde as plantas têm grande capacidade diária de abates, “cerca de seis vezes as maiores plantas frigoríficas do Brasil”, disse. E, por isso, a cadeia pecuária ali sente mais este efeito das paralisações por causa de contaminação do coronavírus.
Torres disse ter informação que os frigoríficos no Brasil têm tomado todos os cuidados para evitar a contaminação dos seus funcionários, “embora sempre haja esse risco [de contaminação]”.