Leite

Em MG, produtores se unem e conseguem R$ 1,55 por litro de leite

O trabalho começo com 13 amigos e hoje já tem quase 150 pecuaristas que produzem 900 mil litros de leite por mês

Para driblar a queda nos preços, os produtores de leite de Minas Gerais estão vendendo o produto em conjunto e recebendo até R$ 1,55 pelo litro. A iniciativa é da Associação dos Produtores de Leite de Santa Rita de Caldas e Região (Aprol), que reúne mais de 100 pecuaristas.

Os produtores de leite que hoje integram a associação acreditaram na união, no trabalho colaborativo e, acima de tudo, acreditaram neles próprios para entregar ao mercado um leite de qualidade, com lucratividade para todos. Atualmente, produzem juntos 900 mil litros de leite por mês.

Segundo o presidente da Aprol, Juliano Carvalho Barbosa, o trabalho começou há quatro anos, com a união de 13 amigos produtores. “A gente achava que precisava mudar o rumo da pecuária de leite aqui na região e, graças a Deus, essa história deu muito certo. Éramos 13 produtores, com 2.000 litros de leite e hoje estamos chegando a 150 associados e quase 30 mil litros de leite”, disse.

Para ele, essa união é uma vantagem, já que conseguiram um contrato com empresas parceiras. “Hoje trabalhamos com Danone, Jussara, Laticínios Rigoni de Andradas e Laticínios Muriá, de Ouro Fino. Tenho o maior prazer do mundo de falar dos parceiros porque eles compram a nossa ideia e trabalhamos com contrato baseado no Conseleite, mesmo nessa fase difícil da Covid-19, e temos conseguido bons preços aos nossos produtores, fechando numa média de R$ 1,55”, falou.

Na compra dos insumos para a produção leiteira, os produtores ganharam poder de negociação adquirindo em conjunto. “Nós nos juntamos para comprar e pagamos separadamente. A gente tentava comprar de outras indústrias e não conseguia, porque eu ligava para a empresas, as empresas falavam que a gente tinha que comprar a carreta e dividir em quatro boletos. Então, ficava muito difícil trabalhar. A gente se organiza no barracão que a gente tem na cidade, que a associação terceiriza, e a gente consegue comprar os insumos, quantificar a quantidade para cada produtor que ele quer, entrega e ele paga no boleto separadamente. Fechou com chave de ouro”.

Para o engenheiro agrônomo da Emater Rodrigo Beck, a melhor forma de o produtor de leite, principalmente da agricultura familiar, se manter na atividade é investir em associações ou cooperativas. “É importante também ter uma assistência técnica, buscar uma melhoria na qualidade do leite, ter planejamento de curto, médio e longo prazo, ter uma gestão de custo e produção. São algumas medidas que a gente acredita que o produtor passa por esse momento de turbulência na atividade.