A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, assegurou que o governo está estudando uma medida compensatória para que as importações de leite em pó da Europa e da Nova Zelândia não prejudiquem o setor lácteo brasileiro. A informação é do presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Alexandre Guerra.
O representante do Sindilat participou nesta tarde de terça-feira, dia 26, em Brasília, de uma reunião com a ministra, juntamente com uma comitiva gaúcha. “Saímos convictos de que esta medida compensatória deva ser anunciada em até 30 dias, pois ela garantiu que a mesma está sendo desenhada pelo governo”, disse.
Guerra não detalhou, porém, que tipo de medida compensatória seria adotada. “A ministra não revelou, talvez por questões estratégicas”, comentou, acrescentando que se mantém confiante de que “alguma solução será dada”.
Além disso, em nota, o Sindilat informou que a ministra se comprometeu a repassar os pleitos da cadeia produtiva do leite gaúcho quanto às instruções normativas 76 e 77, que entram em vigor em 30 de maio, à Câmara Setorial do Leite, e afirmou que recebeu pedidos semelhantes de outros Estados.
Ainda de acordo com o presidente do Sindilat, produtores e indústria solicitaram que a aplicação da nova legislação não exclua ninguém do processo produtivo. “Demonstramos que somos favoráveis às melhorias contínuas, mas que há pontos que precisam ser trabalhados e implementados de forma gradativa”, relata.
Entre eles, Guerra mencionou o reforço à assistência técnica a produtores que, pelo fato de não atenderem aos padrões sanitários do leite entregue ao laticínio, estariam ameaçados de serem cortados como fornecedores. “Em vez de excluir o produtor porque o leite que ele entregou à indústria tem altos níveis de contagem bacteriana total (CBT), ideal seria atendê-lo para melhorar seus processos e qualidade do leite”, disse.
Outra questão seria a adoção de prazos gradativos para algumas exigências das novas INs, como a entrega do leite na plataforma do laticínio sob a temperatura máxima de 7 graus. “Para conseguir atender a essa exigência o produtor deve ter equipamentos apropriados, como resfriadores. Por isso pleiteamos crédito mais acessível”, informou à reportagem.
O presidente da Cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, relata o Sindilat, manifestou a importância das mudanças nas INs para que produtores não sejam excluídos da atividade leiteira. “Só nós teremos mais de 50% dos produtores afetados”, assinalou.
Conforme o Sindilat-RS, os pleitos foram entregues oficialmente em documento, idealizado por Sindilat, Fetag, Apil, Emater, IGL, Fecoagro, Farsul, SEAPDR, Findesa, Famurs, Asamvat e Avat. A reunião foi marcada pelo deputado federal Heitor Schuch e contou com a presença de outros parlamentares, como Afonso Hamm, Dionilso Marcon e o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária da Câmara dos Deputados, Alceu Moreira.