As instruções normativas 76 e 77, que tratam da produção e armazenagem de leite cru, começam a valer em 30 de maio. As medidas trazem mudanças na contagem de bactérias, uso de antibióticos e temperatura de recepção do leite na indústria.
O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, disse que as alterações deixaram o setor em alerta. “No primeiro momento, isso gera um custo maior e, às vezes, o produtor não tem nem condição de fazer”, diz.
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) teme que pecuaristas acabem sendo excluídos da atividade por não atenderem ao padrão. O vice-presidente da entidade, Nestor Bonfanti, ressalta que isso nem sempre depende apenas do produtor. “Ele pode ter um bom equipamento, bom rebanho, mas ter problemas com energia e estradas”, declara.
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O superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Bernardo Todeschini, diz que vai buscar apoio da ministra Tereza Cristina para fazer mudanças na estrutura fundamental. “Existem alguns aspectos relacionados à questão de transporte e de energia elétrica que, de fato, estão fora do alcance de todas essas entidades, mas são decisivos para manutenção de qualidade do leite”, conta.
Guerra espera que o ministério “tenha bom senso” para fazer essa mudança aos poucos. Milene Cé, médica veterinária e auditora fiscal federal, esclarece que o produtor terá tempo para se adequar. “Só em novembro ele pode vir a sofrer uma suspensão da coleta do leite, mas terá todo esse tempo para melhorar”, afirma. Ela destaca, ainda, que a contagem bacteriana é uma exigência desde 2014 e o produtor já deveria ter se ajustado.