A crise política e econômica, o sobe e desce do dólar e até as variações do clima estão interferindo no mercado de carnes no Brasil. O assunto está sendo discutido no Encontro de Recriadores e Confinadores, organizado pela Scot Consultoria, em Ribeirão Preto (SP)
De acordo com a Scot, o país deve fechar o ano com queda de 3,8% no Produto Interno Bruto (PIB) e índice de desemprego de mais de 8%. Com menor renda do brasileiro, o consumo interno tende a diminuir, assim como o preço pago ao produtor.
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) estimam que 2016 vai terminar com um excedente de mais de um milhão de toneladas de carne bovina. Para fugir deste cenário, os frigoríficos terão a opção de investir nas exportações, que devem se manter em alta até o fim do ano.
Com a colheita da segunda safra do milho entre maio e junho, a expectativa é de que o preço dos insumos melhore. Mesmo assim, segundo os especialistas presentes ao encontro, a redução não vai ser tão significativa, já que os números devem permanecer acima dos registrados no mesmo período do ano passado.
A previsão para o segundo semestre é de que a oferta de animais se mantenha limitada, com retenção de fêmeas e alta na reposição. Para garantir bons negócios com a indústria, a alternativa é investir no padrão dos sistemas de produção, de acordo o economista do Cepea Thiago Bernardino. Isso aumenta a produtividade e a qualidade do carne vendida aos frigoríficos.