Os cães são grandes aliados na lida do campo. No entanto, na hora de investir em um animal para realizar o pastoreio, o pecuarista deve se atentar a alguns fatores importantes para não escolher um cachorro que não atenda às necessidades.
Durante a Expointer, feira realizada em Esteio, no Rio Grande do Sul, o Canal Rural conversou com o adestrador de cães Ivan Brizola, da empresa Dog’s School, que deu algumas dicas. Confira!
Histórico familiar
O correto na hora de comprar um cachorro de pastoreio é verificar as características dos pais do filhote. A análise das matrizes é importante pois o animal vai carregar consigo as características da família.
“Se, por exemplo, a mãe de um filhote trabalha no campo em silêncio, sem latir, e o pai não, sabemos que provavelmente o bicho vai fazer o pastoreio latindo, que é algo que não queremos quando se trata do manejo com ovelhas. Se o produtor comprar esse animal, a chance dele ser mais silencioso é de apenas 50%. Então o comprador tem que ter em mente que é uma questão de risco”, explica.
Escolha do filhote
O ideal é fazer a escolha do filhote com idade entre 40 e 60 dias, quando o cão ainda está em um momento favorável para se criar um vínculo afetivo com o dono. “Essa ligação vai fazer com que o cachorro queira trabalhar muito e me deixar feliz”.
Raça e característica do animal
Brizzola conta que cada animal possui uma característica própria, herdada dos pais. É importante que o pecuarista considere esse fato e, também, a raça do cachorro, que muitas vezes já indica para qual tipo de trabalho o animal vai se encaixar.
De acordo com o adestrador, na lida com ovelhas, por exemplo, o cão tem que trabalhar mais a questão do olhar e não avançar tanto. Já para o gado, o cachorro tem que ter uma “chegada” mais firme.
“Os ovinos são animais mais delicados, tanto na questão da personalidade quanto fisicamente. Se o animal for trabalhar com gado, por exemplo, e aplicar mais a questão do olhar, as vacas não terão nenhum tipo de reação. Então, neste caso, o cachorro tem que usar de outros recursos”, afirma.
Adestramento
Na parte do adestramento, o ideal é que o profissional trabalhe com o perfil de cada cão. No caso da raça border collie, os animais já possuem um instinto maior para trabalhar com ovelhas.
“Ensinando os comandos básicos, como ‘parar’, ‘avançar’, ‘direita’ e ‘esquerda’, já conseguimos inserir uma sensibilidade maior ao animal para que posso tirar dele o que é melhor no conceito do treinador. O trabalho é, na verdade, de esculpir o que já temos”.