A peste suína está causando um grave desabastecimento na China, que geralmente produz 55 milhões de toneladas desta proteína. A demanda é tanta que o Rio Grande do Sul deve dobrar o volume de carne suína exportado ao país asiático — no ano passado, foram embarcadas 38 mil toneladas.
Os dois frigoríficos do Rio Grande do Sul habilitados a exportar para o país asiático estão dando preferência aos chineses mesmo frente à Rússia, outro importante mercado comprador.
Estados Unidos, União Europeia e Brasil estão concentrando suas produções no país asiático, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), José Roberto Goulart. “O mundo todo vai ter uma demanda absurda por parte dos chineses e isso vai melhorar todos os mercados”, diz.
É melhor prevenir do que remediar
O último caso de peste suína africana no Brasil tem mais de 40 anos. Na época, causou enormes prejuízos. Para afastar qualquer novo risco, o Ministério da Agricultura tem inclusive revisado acordos comerciais de países que exportam para cá. “Colocamos políticas de importação mais rigorosas justamente para prevenir que produtos feitos a partir de carne de suínos contaminados entrem no país e tragam consequências para a suinocultura”, conta a coordenadora do Programa Nacional de Sanidade Suídea, Rafaela Coqueiro de Sá.
Segundo a responsável pelo programa, a fiscalização de passageiros e bagagens em portos e aeroportos foi intensificada. “Outra linha de atuação do ministério é a fiscalização do destino dos resíduos de bordo de aeronaves e embarcações. Esses restos de comida são inativados antes de ser feito o descarte adequado”, conta.
No Rio Grande do Sul, entidades ligadas à sanidade animal também estão alertas, fazendo todo o possível para não colocar em risco o setor. “Evitando a presença de pessoas, de veículos e de outros animais. Tomando cuidado na reposição de suínos nas granjas produtoras”, cita o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), Rogério Kerber.
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