Com as vendas no atacado a passos lentos em função da economia enfraquecida e das restrições impostas por causa do novo coronavírus, os preços da carne suína e do animal vivo têm caído nas regiões produtoras, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), em relatório. Conforme o centro de estudos, nesta semana os preços do suíno vivo comercializado no mercado independente passaram a operar abaixo do verificado para o animal de produção integrada, “situação que não era observada pelo Cepea desde maio de 2018”, cita o estudo.
Desta forma, entre 16 e 23 de março, o indicador do suíno vivo Cepea/Esalq do Estado de São Paulo e de produção independente, posto no frigorífico (CIF), recuou 13,3%, fechando a R$ 5,86/kg nesta terça-feira, 23. Já nos Estados do Sul, o recuo de preços foi amenizado pela influência das grandes indústrias exportadoras da região, uma vez que os embarques de carne suína vêm registrando bom desempenho em março.
No Paraná, o animal vivo, para retirar nas granjas (FOB), se desvalorizou 6,4% de 16 a 23 de março, negociado a R$ 5,81/kg na terça-feira. No Rio Grande do Sul, a baixa no preço foi de 6,1%, com o suíno a R$ 6,16/kg no dia 23. Na média das regiões do Sul do Brasil acompanhadas pelo Cepea, onde a produção integrada é mais presente, o suíno integrado se desvalorizou leve 0,4% entre 16 e 23 de março, passando para R$ 5,90/kg na terça.
“Agentes do setor consultados pelo Cepea temem que as quedas mais intensas nos preços do animal de sistema independente resultem, nos próximos dias, em recuos também nos valores da integração.” Igualmente, no mercado de carnes, o movimento de baixa foi intenso, acumulando quatro semanas de desvalorizações consecutivas.
O preço da carcaça especial suína, comercializada no atacado da Grande São Paulo, teve queda de 9,3% de 16 a 23 de março, indo a R$ 8,64/kg na terça-feira. Para os cortes, na média das regiões do Estado de São Paulo, o carré se desvalorizou 3% no mesmo período, cotado a R$ 11,44/kg no dia 23.