O BTG Pactual disse que não descarta o cenário de candidatura da Rumo ao projeto de ampliação da malha ferroviária até o município de Lucas do Rio Verde, no estado do Mato Grosso, por meio de autorização federal em caso de aprovação do projeto de lei, considerando que a concessão seja regulada nesse regime ou em nível estadual.
A análise foi feita em resposta a questionamento de clientes do banco sobre a ausência da companhia no evento “Setembro Ferroviário”, realizado nesta quinta, 2, pelo Ministério da Infraestrutura, que apresentou uma previsão de R$ 53 bilhões em novos investimentos para a construção de mais de 3,3 mil quilômetros (km), de dez pedidos para novas ferrovias no âmbito do programa “Pro Trilhos”, criado pela Medida Provisória (MP) n 1.065. Entre os projetos apresentados, havia, inclusive, um que concorre com o do estado do Mato Grosso.
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“Em nossa leitura, a Rumo direcionou seus esforços estrategicamente ao projeto para o atual processo de audiência pública conduzido pelo governo do Estado do Mato Grosso. Esperamos desenvolvimentos positivos nesta frente ao longo do próximos dias, de acordo com o fluxo de notícias local. Continuamos acreditando no projeto”, disseram os analistas do BTG Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Aline Gil, em relatório.
“Lembramos que o novo regime regulatório divulgado nesta semana ocorre por meio de MP, e consequentemente tem até 60 dias para ser aprovado (prorrogável por mais 60 dias se necessário). Contudo, de acordo com nossas consultas recentes, o Congresso está discutindo deixar a MP expirar a fim de centrar o debate no projeto de lei em questão, o momento deste debate permanece pouco claro, mas vemos o evento de ontem como uma mensagem poderosa do governo, mostrando o apetite do segmento privado por investimentos ferroviários no Brasil”, comentaram.
Em julho, o governo do estado do MT abriu um chamamento público para a construção de uma ferrovia conectando Rondonópolis à capital Cuiabá e a Lucas do Rio Verde, no Norte do Estado.
A Rumo já opera uma malha ferroviária federal que vai de Rondonópolis até o Porto de Santos e é uma das principais interessadas no projeto, que prevê investimentos de R$ 12 bilhões.
As novas ferrovias anunciadas ontem pelo governo federal cortarão cidades de nove estados em quatro regiões brasileiras: Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí e São Paulo.