A gerente geral de Toxicologia da Anvisa, Ana Maria Vekic, considerou grave as denúncias de contrabando mostradas pelo Canal Rural.
– Este produto é barato não só porque ele não tem registro no Brasil. O registro é uma parte menor. É barato porque é produzido sem nenhuma condição de controle.
Vekic reconhece, no entanto, que há uma lentidão na liberação de novos produtos em território nacional. Hoje existem cerca de mil pedidos de liberação de fórmulas parados na Anvisa e apenas 24 técnicos para fazer a análise. A gerente de Toxicologia da Anvida defende mudanças no sistema de registros.
– É preciso dar mais inteligência nessa fila. Não podemos ficar registrando produtos que não vão para o mercado ou registrando produtos que já têm em demasia no mercado. Nós temos que otimizar nossos recursos e ir para moléculas que realmente são importantes.
Ana Vekic diz que a Anvisa que o ideal seria que o Mapa estabelecer esta lista de prioridades.
– Temos pedido com muita insistência que Ministério da Agricultura responda qual é a prioridade.
Falta fiscalização
Sobre o contrabando que flagramos na Tríplice Fronteira, o diretor de Agrotóxicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Júlio Sérgio de Britto, reforça que o uso de qualquer produto que não tenha registro no Brasil é um risco para o agricultor e para o meio ambiente.
– Toda importação e passagem legal de produtos pelas fronteiras requer avaliação prévia do Ministério da Agricultura. O resto é contrabando e deve ser evitado a todo custo.
Mas Britto admite que faltam servidores para dar conta da demanda de controle, que é responsabilidade do Departamento de Agrotóxicos do Mapa.
– Ocorreram muitas aposentadorias e muitas movimentações de servidores e, com isso, algumas áreas específicas sofram hoje com deficiência de pessoal. A nossa área é crítica com relação a isso, temos uma deficiência de pessoal em torno de 70% do que tínhamos há cinco anos e uma demanda muito na avaliação de processos.