O suinocultor Frederico Colucci, de Bragança Paulista, interior de São Paulo, comercializa 500 animais por mês. Para conseguir uma margem de lucro maior, o criador negocia toda a produção com intermediários e não vende para frigorífico. E mesmo lucrando mais por arroba, ele lamenta o atual preço do produto.
– Hoje nós estamos vendendo a R$ 68 a arroba. Ainda tem um lucro, apesar de ser muito pequeno, ainda tem um lucro – disse.
Apesar de os preços do milho e do farelo de soja, que compõem a ração, estarem mais baixos, o produtor brasileiro convive com um aumento de outros custos de produção. No caso de Frederico, energia elétrica e mão de obra foram responsáveis por uma elevação de 30% nos custos, desde o início do ano.
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Em seis meses, o preço da arroba suína despencou de R$ 98 para R$ 68 – queda que aumentou sensivelmente a procura do consumidor pelo produto no mercado interno. E é no frio que o brasileiro consome mais carne suína, principalmente no preparo das tradicionais feijoadas e de pratos servidos em festas juninas. Mesmo com os altos custos de produção, a expectativa para o segundo semestre é que o consumo interno compense o baixo desempenho do setor nos primeiros meses de 2015.
– O segundo semestre é um período melhor por suinocultor. Tem mais demanda interna, é um período que o pessoal gosta de consumir mais. Além disso, a gente tem o link com o final do ano, períodos festivos, que também é a maior vazão da carne suína dentro do ano e as exportações também, elas tendem a aumentar até o pico que acontece em outubro e novembro. Então o produtor pode esperar aí uma receita um pouco melhor do que recebeu no primeiro semestre – afirmou o analista do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Augusto Maia.