O maior entreposto da América Latina tem mais de três mil permissionários. Comerciantes que pagam o termo de permissão remunerada de uso para ter direito a um box dentro da Ceagesp. Os valores variam de acordo com o tamanho do box e variam entre R$ 10 e R$ 20 o metro quadrado.
Além do termo de permissão, a lista de cobrança das taxas é grande. Energia elétrica, água e esgoto, limpeza, segurança, conserto e conservação, IPTU, fiscalização de portaria e ambulância. Em alguns casos constatamos que as taxas de limpeza e até de água e esgoto são mais altas do que o termo de permissão remunerada de uso. Os permissionários que ouvimos dizem que pagam por serviços que estão sendo realizados de maneira precária e reclamam da administração.
Além da fiscalização parece falha, como já mostramos nas reportagens anteriores, a falta de limpeza é outra reclamação dos permissionários. O gerente do Departamento de Entreposto da Capital, Edson Ignácio Marin da Silva, defende o serviço prestado e diz que os permissionários não cuidam do lixo como deveriam.
– Durante a noite quando o mercado está vazio, as equipes fazem a limpeza no mercado. Se você chegar aqui na hora que começa a comercialização, às 3h o mercado está limpo. Às 6h já está sujo de novo. Não adianta eu dizer que a culpa é nossa ou deles, a culpa é do conjunto, que deveria ter um pouco mais de consciência e usar os lugares para acomodar este resíduo. Mas a prática é de jogar em qualquer lugar. Não estou me isentando da culpa, mas todo mundo tem que fazer um pouquinho do seu papel – reclama Silva.
* Colaborou André Dórea