Na fazenda de Cláudio Asbahr, em Limeira, no interior de São Paulo, o espaço antes dedicado à& laranja passa a dar lugar para outra cultura. Todos os anos, o citricultor plantava 77 hectares da fruta. Em 2015, foi diferente: ele diminuiu a área da laranja e resolveu investir parte da lavoura com milho. Nos 12 hectares, a promessa é de maior rentabilidade. Desde 2010, os preços que ele consegue pela caixa nas indústrias de suco da região caíram pela metade: de R$ 16,00 para R$ 8,00.
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Por conta dessa redução do preço dos últimos anos, muitos produtores abandonaram a citricultura. A Defesa Agropecuária de SP aponta dois motivos que afetaram a atividade nos últimos anos.
– O primeiro é econômico. O setor passa por uma grande crise nos últimos quatro anos, com baixos preços no produto, o que acaba desestimulando o setor; o segundo é a questão das pragas,que afetaram fortemente o estado de São Paulo – pontua o engenheiro agrônomo da Defesa Agropecuária Paulo Fernando Brito.
Uma das pragas recorrentes foi ogreening, doença dos laranjais responsável pela redução de 25% das plantas no estado nos últimos cinco anos.
– Esta redução de árvores afetou a produção, mas foi compensado por produtividade. Basicamente, foram erradicados pomares mais antigos, doentes, então a redução não acompanhou na mesma proporção a redução da safra no estado – destaca Paulo Fernando Brito, acrescentando que a grande cultura que mais ocupou espaço da citricultura paulista foi a cana-de-açúcar. Para 2015, analistas acreditam que a redução se estabilize, pois os preços estão remunerando melhor os produtores.