Quadrilha que falsificava agroquímicos é solta

Juiz justifica ação dizendo que réus da Operação Lava Jato estão em liberdadeVinte integrantes da maior quadrilha de falsificação e distribuição de agroquímicos do país foram soltos hoje, dia 13, em Franca, interior de São Paulo. Presos desde o dia 5 de dezembro, eles aguardarão o julgamento em liberdade. Eles vão responder por organização criminosa, falsificação e adulteração de agrotóxicos, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. 

O juiz Wagner Carvalho de Lima, da 2ª Vara Criminal de Franca, concedeu a liberdade provisória citando a Operação Lava Jato, que investiga desvios e superfaturamento de contratos na Petrobras. Em sua decisão, o magistrado escreveu que “num país onde os integrantes de uma organização criminosa que roubou bilhões de reais de uma empresa de patrimônio nacional estão em casa por decisão do STF, não tenho como justificar a manutenção da prisão do réu neste processo, que proporcionalmente causou um mal menor à sociedade, embora também muito grave”.

Polícia prende maior quadrilha de falsificadores de agrotóxicos do país

A comparação surpreendeu o promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Paulo Augusto Raduz Júnior, que liderou a investigação. Ele disse respeitar a decisão da Justiça, mas não concorda com ela. O Ministério Público informou que deve recorrer da decisão nos próximos dias, assim que for notificado oficialmente.

A quadrilha, que teve a sua atuação denunciada pelo Canal Rural na série de reportagens “Agroquímicos sob Suspeita”, foi presa depois de escutas telefônicas realizadas pelo Gaeco.

Em um dos laboratórios desbaratados pela investigação, foram apreendidas mais de 20 mil embalagens. No distrito industrial de Franca, o grupo armazenava mais de R$ 5 milhões em embalagens, caixas, galões e balanças de precisão. Quase 40 marcas de multinacionais eram falsificadas. Junto com a quadrilha foram apreendidos mais de 60 veículos entre carros importados, lanchas e caminhões.