Recuperação de pastagem evita desmatar novas áreas

Pesquisadiores da Embrapa ainda apontam que é possível dobrar o número de animais com a técnicaPesquisadores da Embrapa apontam que com a recuperação das pastagens, o rebanho brasileiro pode duplicar sem necessidade de desmatar novas áreas. A medida ainda favorece o próprio pecuarista, que não vai precisar abrir novas áreas para continuar na atividade.

Pasto com solo exposto e com redução na capacidade de alimentar o rebanho pode ser sinal de que está em processo de degradação. O problema tem solução e o mais indicado é que o produtor rural faça a recuperação da pastagem. Os cupinzeiros são fortes sinais de que o pasto pode estar degradado.

Segundo especialistas, quanto mais formações deste tipo em uma área, maior é o indício de que o solo apresenta acidez e desgaste. E quanto mais cedo o caso for identificado, menores serão os custos da recuperação. Em estágios iniciais, apenas uma adubação é capaz de resolver o problema. Porém, em situações críticas é necessário fazer uma nova aração, correção de solo e outros procedimentos. O investimento começa em cerca de R$ 500, mas pode passar de R$ 3 mil.

– Pode ter uma perda de produtividade dentro de um limite. Vamos dizer que uma perda de 10 a 20% do potencial que essa pastagem tem, mas se ele deixar cair muito a produtividade dessa pastagem é muito caro – explica o pesquisador da Embrapa Cerrados, Lourival Vilela.

A recuperação de pastagens também é indicada para reduzir os impactos ambientais gerados pela pecuária, já que diminui o desmatamento, a emissão de gases de efeito estufa e melhora a absorção da água da chuva pelo solo.

– Eu digo que nós teríamos capacidade de duplicar o rebanho brasileiro, hoje, sem abrir um metro quadrado de área, só usando a tecnologia. Mas tecnologia custa caro e necessita conhecimento, não só o conhecimento teórico, mas um conhecimento que é adquirido no dia a dia – aponta Lourival.

Para o presidente do Sindicato dos Criadores de Bovinos, Bubalinos e Equídeos do Distrito Federal, Geraldo Borges, o incentivo do governo é fundamental para que os produtores tenham mais interesse na recuperação de pastagens.

– Não existe uma política agrícola que garante o preço do leite, o preço da carne. Então, o produtor anda muito desmotivado e esses problemas internos da propriedade, como o próprio Vilela disse, exigem gastos para manter uma pastagem funcionando. Isso para que os animais realmente tenham desempenho, e ele precisa também ter uma motivação do mercado e que, infelizmente, passa pelo governo, e nós precisamos que realmente exista uma política séria.