O número de crimes no campo tem assustado agricultores em todo o país. Quadrilhas organizadas estão atuando em várias partes do país e seu principal alvo são propriedades com armazenamento de defensivos agrícolas, máquinas agrícolas e cabeças de gado. Na região de Rio Verde, em Goiás, por exemplo, foram registrados quase 200 casos de furto a propriedades rurais neste ano.
Os crimes costumam ocorrer durante a madrugada, incentivados pela falta de policiamento rural. Pensando em diminuir a impotência diante da ação dos criminosos, o Canal Rural ouviu especialistas em segurança no campo, que deram dicas para produtores rurais se prevenirem.
De acordo com o 2º Tenente da Polícia Militar de Goiás Raphael Marques, o investimento em equipamentos de segurança pode inibir a ação de criminosos ou, pelo menos, ajudar a polícia a identificar os invasores. Antes de comprar o equipamento, entretanto, o proprietário da fazenda deve entender que os crimes praticados no campo são diferenciados e o espaço para os bandidos se esconderem são mais amplos. Por isso, não basta colocar uma câmera de segurança, pois os criminosos poderão cortar a comunicação dela facilmente.
“A gente orienta a instalação dessas câmeras de segurança, de preferência isoladas (sem ligação com a parte elétrica da casa). Além disso, é importante ela estar cercada por grades, para que não haja risco de estragos com a aparelhagem”, disse o militar.
Outra dica importante é manter uma iluminação eficiente na fazenda, incluindo luzes de emergência para evitar que os criminosos cortem a energia.
Animais de guarda
Um bom sistema de alerta no campo é a presença de animais de guarda. O mais comum é o uso de cães voltados para essa atividade, que sempre alertam sobre a presença de estranhos no terreno. Também é possível utilizar gansos, que funcionam como um “alarme” contra invasores.
Logística
Segundo a delegada regional de Rio Verde, Taísa Antonella, é possível diminuir os prejuízos armazenando menores quantidades de defensivos agrícolas nas propriedades. “Você tem que preparar o transporte, pois os ladrões fazem um estudo de local. Um cuidado a se tomar é comprar os defensivos somente quando for fazer a aplicação. Apesar de a logística ficar mais difícil e até mais cara, essa é uma atitude preventiva que pode evitar um mal maior”, disse.
A união faz a força
A indicação do presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Luciano Guimarães, é de que os produtores formem uma rede de informações para relatar qualquer presença estranha nas proximidades. A tecnologia, neste caso, é uma grande aliada dos produtores. “Criem grupos de WhatsApp com seus vizinhos. Qualquer movimentação estranha na região deve ser compartilhada nesse grupo, para que todos fiquem atentos”, disse.
Outra atitude válida e eficaz, segundo Guimarães, é cobrar as autoridades locais e manter um relacionamento contínuo com os responsáveis pela segurança rural da sua região.