O Canal Rural mostrou no ano passado casos de produtores rurais que perderam lavouras, pastagens e animais por conta dos incêndios. Todos os anos, o clima mais seco no segundo semestre preocupa o setor, que não vê muitas formas de lidar contra a força da natureza.
Estimativas indicam que a área queimada somente em 2020 supera em dez vezes toda a área devastada no Pantanal entre 2000 e 2018. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas do Pantanal (INPP) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), 23 mil quilômetros quadrados foram queimados no ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2000 e 2018, foram 2,1 mil quilômetros quadrados devastados.
Como lidar com os incêndios?
Mas há modos de prevenir a expansão do fogo e também de tentar controlá-lo, evitando danos ainda maiores. E o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) já intensificou a oferta de capacitações com este fim, para que os agricultores e pecuaristas estejam prontos até lá.
“É importante que esses treinamentos comecem antes da seca, antes do período propício para os incêndios. Existem formas corretas e técnicas desenvolvidas, que o Senar ensina aos produtores e colaboradores”, diz o superintendente do Senar-MT, Chico de Castro.
Treinar os colaboradores da fazenda para agir preventivamente contra os incêndios é determinante. Por isso, o Senar-MT fornece o treinamento para Formação de Brigada de Incêndio NTCB 34 e Prevenção e Controle do Fogo na Agricultura. As ações educacionais foram retomadas em fevereiro e, até dezembro, estão previstos 84 treinamentos em todas as regiões do estado.
Castro destaca que é importante existirem brigas de incêndio em cada região. “As propriedades não precisam ter uma, mas precisa-se ter uma em cada região. Dependendo da propriedade, ela pode ter a sua particular. Prevenção e o ataque na hora correta são fundamentais para não acontecer o que aconteceu no ano passado”, diz.
O produtor que estiver interessado deve procurar o sindicato rural mais próximo e pedir o curso para formar brigadistas. “O resto o sindicato ajeita e o Senar vai lá”, afirma.
A entidade também fechou uma parceria com o Corpo de Bombeiros. “Conversamos com eles desde o ano passado e chegamos à conclusão de que devemos estar cada vez mais unidos. Estamos formatando um curso para capacitar os bombeiros militares a usar as máquinas da linha amarela, como a pá carregadeira, retroescavadeira e trator de esteira. Elas ajudam muito no combate de incêndio, são ferramentas imprescindíveis”, diz Castro.