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O milho que está florescendo ocupa o espaço antes destinado à soja, que nesta safra vai atingir 2,3 milhões de toneladas no estado, de acordo com a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Tocantins, Ruben Ritter, o número representa 11% a mais do que foi colhido na safra anterior.
– Os grãos realmente foram de boa qualidade. Nós não tivemos excesso de chuva em momento algum esse ano –afirma Ritter.
Somando soja, milho e arroz, o Tocantins vai produzir 3,8 milhões de toneladas de grãos, cultivados em 800 mil hectares de lavouras. O secretário de Agricultura do Estado, Clemente Barros Neto, destaca que o resultado da soja, por exemplo, se deve mais ao aumento de produtividade do que de área plantada. Se, em safras passadas, a média alcançada era de no máximo 65 sacas por hectare, hoje o produtor está colhendo entre 68 e 70 sacas por hectare, em média.
– Isso devido às condições, principalmente, de tecnologia. Hoje nós somos o único estado do país que produz uma semente que passa pouco tempo armazenada, porque nós estamos produzindo agora e em setembro/outubro já estamos plantando.
O engenheiro agrônomo Matheus Henrique Glucksberg conta que a produtividade na fazenda que administra em Porto Nacional foi de 11 sacas a mais por hectares neste ano. Em algumas áreas, a colheita chegou a 72 sacas por hectare. A média ficou em 55,7 porque as lavouras de primeiro e segundo anos produziram menos. Mesmo assim, o resultado foi comemorado, porque se investiu bastante em tecnologia. Nas três primeiras safras, foram gastos R$ 5 milhões na preparação do solo dos 3.800 hectares da propriedade.
– Nosso solo é muito heterogêneo, tem uma grande mudança de textura em pouca distância. Então, fazer a semeadura e manejar esse solo da forma adequada exige muita técnica e conhecimento do produtor. Nos próximos anos, vamos investir em agricultura de precisão pra dar continuidade a esse trabalho.