O atraso no recebimento de ração e insumos veterinários nas propriedades e paralisação de abates em frigoríficos, durante a greve dos caminhoneiros, em maio, geraram um prejuízo de até R$ 700 milhões para a cadeia produtiva de suínos no Brasil. A estimativa é do presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes.
“Nós tivemos problemas de abastecimento, animais passando fome, o que dificultou o rendimento dos animais. A interrupção de abates em frigoríficos também nos afetou, porque represou a quantidade de animais nas granjas”, disse o presidente da entidade.
A ABCS acredita que não haverá recuperação dos prejuízos com a greve no curto prazo. O Censo Agropecuário do IBGE apontou aumento de 25% na criação de suínos em 2018, em relação a 2006, o que pode pressionar queda nos preços por conta de excesso de oferta de produto.
O mercado russo – que deixou de importar carne suína em dezembro do ano passado, alegando presença de ractopamina – ainda não foi reaberto para a o setor. O Ministério da Agricultura já sinalizou uma retomada das relações comerciais com a Rússia, mas ainda sem confirmação, o que não garante o aumento de mercado consumidor.