Maio será marcado pela transição do La Niña para a neutralidade climática. Ou seja, durante o mês, as características do fenômeno devem ficar menos perceptíveis, mas não completamente ausentes. Em grande parte do Brasil, começa a ter menos chuva do que os meses anteriores. Com isso, espera-se mais focos de queimadas.
Além disso, o próximo mês deve ser ainda mais seco do que o normal para o período, em toda a região Sul, grande parte do estado de São Paulo, Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, sul de Mato Grosso do Sul e entre o norte da Bahia e o norte do Maranhão. No centro-sul do Brasil, a situação hídrica tende a ficar ainda pior, principalmente na questão do abastecimento.
Em relação aos reservatórios de energia, apesar dos reservatórios estarem com níveis baixos para a produção de energia, a situação não é tão grave pois o sistema elétrico é mais robusto e consegue suportar melhor a situação de pouca chuva.
Já o mês vai ficar com chuva acima da média do Vale do Paraíba em São Paulo, sul e todo o leste de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Acre, Amazonas e Roraima. Essa chuva acima da média no norte do país acaba trazendo preocupação com os níveis dos rios que estão elevados em parte da região. No restante do Brasil, precipitação dentro da média.
Em relação às temperaturas, grande parte do Brasil deve ficar com temperaturas dentro ou acima da média. Isso não significa que fará um calor extremo. Vale lembrar que a média das temperaturas em maio são menores e as previsões indicam um leve desvio positivo, de modo geral, de 1 ºC a 2 °C.
Mesmo com a transição de La Niña para a neutralidade, as frentes frias avançam de forma mais costeira e, com isso, a massa de ar frio que vem logo atrás é rapidamente desviada para o oceano. Isso, aliado à chuva abaixo da média, favorece as máximas que ficam ligeiramente acima da média.
Mesmo assim, alguns dias serão mais frios, principalmente nas últimas semanas do mês, com possibilidade de geada em cidades do Sul que não estão localizadas na região serrana.
Como se comportou a chuva em abril?
O mês de abril foi marcado por chuvas concentradas em áreas mais ao norte do país. Em números, a cidade em que mais choveu, segundo estações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), até o dia 26 de abril foi Belém, no Pará, com 447 milímetros, volume 5% acima da média climatológica.
A chuva ficou acima do normal para o mês no centro-leste de Mato Grosso, no norte de Amazonas, centro do Pará e leste de Minas Gerais. No Nordeste, áreas mistas ficaram acima ou abaixo da média. Em outras áreas do país, a precipitação ficou abaixo do normal.
Algo que chamou a atenção neste mês foi a formação de um sistema pouco comum na costa brasileira na terceira semana de abril: a tempestade subtropical Potira (“flor” em tupi-guarani).
Com relação às temperaturas mínimas, fez mais calor que o normal durante as manhãs no Sul, Nordeste, Norte e parte do Centro-Oeste. Isso aconteceu mesmo com a queda de temperaturas em três ocasiões no sul do país, com geadas no alto da serra catarinense.
Já no Sudeste e Goiás, a mínima ficou entre a média a abaixo da média em abril. Durante as tardes, de forma geral, as máximas ficaram acima do normal para o mês em boa parte do país, com exceção de Mato Grosso.