As chuvas estão acima da média para outubro no Paraná. De acordo com a Climatempo, a primeira quinzena do mês foi marcada por acumulados em excesso em diversas localidades do estado. O “dilúvio” tem provocado desastres naturais, como deslizamentos de terra, e mortes. Conforme registrado pelo Canal Rural no fim de semana, cinco pessoas morreram em decorrência das condições climáticas adversas.
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Ao todo, 35 municípios paranaenses foram afetados por causa dos temporais dos últimos dias, informou a Defesa Civil estadual. Além disso, segundo o órgão, cerca de 14,8 mil pessoas foram diretamente impactadas — dessas, 96 ficaram desalojadas e outras 80 estavam desabrigadas. As fortes chuvas ainda interditaram por três dias a passarela que dá acesso ao mirante da Garganta do Diabo, nas Cataratas do Iguaçu — na última quinta-feira (13), a vazão era de 16,5 milhões de litros d’água por segundo, volume 11 vezes acima da média, informou a Agência Brasil.
Diante das recentes chuvas, ao menos 10 cidades do Paraná registravam — de 1º a 15 de outubro — mais de 300 milímetros de água, segundo informações da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (Ana), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet):
1 — Nova Laranjeiras = 399,2 mm
2 — Pato Branco = 392,3 mm
3 — Dois Vizinhos = 391,6 mm
4 — São Miguel do Iguaçu = 390
5 — Andira = 381,2 mm
6 — Palotina = 364 mm
7 — Laranjeiras do Sul = 353 mm
8 — Virmond = 332,2 mm
9 — Coronel Vivida = 325,4 mm
10 — Verê = 319 mm
Quase o dobro acima da média
Nos casos de Nova Laranjeiras, Pato Branco e Dois Vizinhos, o acumulado de chuvas para o mês de outubro está quase o dobro acima da média. Segundo o Cemaden, a média história para o período para essas cidades é de 210, 243 e 227 milímetros, respectivamente.
Chuvas acima da média, com também quase o dobro da média histórica, também em Galvão, no interior de Santa Catarina. Por lá, já choveu 478 mm em outubro de 2022. Para o mês, a média esperada é de somente 245 milímetros.
Em Francisco Beltrão, ruas ficaram alagadas. Fotos e vídeos de internautas nas redes sociais mostram, inclusive, que uma casa chegou a ser arrastada pela força da correnteza.
Alagamentos em Francisco Beltrão Paraná pelo visto a obra não foi feita pic.twitter.com/uFBk0BhuGU
— Cleiton d vega (@cleitondvega) October 11, 2022
Casa é levada pela enxurrada em Francisco Beltrão/PR. pic.twitter.com/6Wtu5NLjfL
— Conexão GeoClima (@ConexaoGeoClima) October 11, 2022
Chuvas vão seguir nesta semana no Paraná
De acordo com o alerta agroclimático da Rural Clima, os corredores de umidade seguem voltados ao Sul do Brasil e há expectativa de grandes volumes de chuvas ao longo da semana não apenas no Paraná, mas também em Santa Catarina, sul de Mato Grosso do Sul e Paraguai. “A região de Foz do Iguaçu, Medianeira e extremo sul de Mato Grosso do Sul poderão ter chuvas elevadas e temporais”, alerta o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos.
Santos afirma que as temperaturas mais frias do oceano Atlântico sobre o litoral da região Sul inibem que as frentes frias tenham força para avançar para a faixa central do Brasil, assim como o fenômeno La Niña. “Ainda assim, poderá haver chuvas sobre o oeste de Mato Grosso, atingindo áreas de Sapezal, Campo Novo dos Parecis, Diamantino, e até mesmo o leste de São Paulo e do Rio de Janeiro”, afirma o meteorologista, segundo a Agência Safras. Nas demais regiões o tempo seguirá aberto.
Somente entre os dias 20 e 21 uma nova frente fria irá se formar, trazendo mais chuvas ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e o interior de São Paulo. “Essa frente fria, porém, romperá o sistema e trará novamente chuvas para as regiões norte e central do Brasil nos próximos dias”, comenta Santos.
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