Ainda estamos em agosto, mas os produtores brasileiros já estão de olho na previsão do tempo para o próximo mês. Isso porque, em 10 de setembro, chega ao fim o vazio sanitário no Paraná; e a partir do dia 15, também poderão começar o plantio Rondônia, sul do Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.
Se a chuva chegar junto com a permissão para plantar, produtores devem dar largada ao início da safra 2020/2021, ano que será marcado pelos desafios impostos pela pandemia de Covid-19.
De acordo com as projeções feitas pela Somar Meteorologia, a chuva vai voltar em setembro, com volumes suficientes para a realização do plantio em Rondônia, oeste de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. “Em Santa Catarina, vai ter chuva, mas como as temperaturas ainda vão estar baixas, podemos ter alguns atrasos por conta do solo mais frio, que faz com que a semente demore mais para germinar”, diz Desirée Brandt, meteorologista da Somar.
Já as áreas do Sudeste provavelmente vão ter que esperar um pouco mais. Em setembro, há previsão de chuva significativa apenas para a faixa leste de São Paulo, com 50 milímetros, e muito pouco no interior do estado, onde existem as principais áreas produtoras de soja, por exemplo. A estimativa é de apenas 25 milímetros em parte do oeste paulista. Na região produtora de Unaí, localizada no oeste de Minas Gerais, só vamos ter chuva significativa e sequencial em novembro.
Goiás e as outras áreas centrais e do leste de Mato Grosso vão ter um setembro ainda muito seco, que não vai permitir a realização dos trabalhos de plantio. “Em outubro, a chuva retorna com volumes de 200 milímetros ou mais para esses dois estados, mas essa chuva deve acontecer mais concentrada na segunda quinzena do mês”, diz Desirée.
No Nordeste, onde o vazio sanitário termina em outubro em alguns estados, a chuva deve voltar a ser mais frequente em novembro. A expectativa para a safra do Matopiba (região formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) este ano é boa, já que contamos com as águas mais frias do oceano Pacífico Equatorial. Independente de termos um La Niña ou não, só esse fato favorece o regime de chuva na região.