Uma frente fria seguida por uma nova frente fria. Chuvas com acumulados que podem chegar aos 200 milímetros (mm). Risco de transtornos, com potencial para deslizamentos de terra. O que essas condições têm em comum? Elas devem ser registradas no Brasil ao decorrer das próximas semanas, conforme indica a previsão do tempo.
-
Sul
Até o finalzinho de março a expectativa é de chuva forte e volumosa devido à passagem de uma frente fria, que pode provocar temporais com ventos fortes e granizo especialmente na sexta-feira (31). As pancadas serão irregulares e intercaladas com janelas de tempo firme e ainda altas temperaturas. Volumes entre 40 e 80mm podem ser registrados, mas de maneira mal distribuída.
Depois da chuva, os primeiros dias de abril tendem a ser secos na região e com queda de temperatura, mas sem potencial para as primeiras geadas. Isso porque já tem outra frente fria na retaguarda e a temperatura não cairá tanto. Entre os dias 4 e 9 de abril, tem mais previsão de chuva devido ao novo sistema frontal, mas, de modo geral, não são esperados altos volumes, o que não deve atrapalhar as atividades de campo, além de manter a manutenção da água disponível no solo.
Para o período de 10 a 15 de abril, tem potencial para pancadas de chuva no leste gaúcho e boa parte de Santa Catarina e Paraná, mas sem grandes volumes. O tempo seco vai predominar no centro e oeste gaúcho, favorecendo os trabalhos de campo após dias de chuva.
-
Sudeste
Com a formação de instabilidades em altos níveis da atmosfera e depois a chegada de uma frente fria, a chuva persiste em boa parte da região entre o final de março e o começo de abril, com potencial para temporais e chuva volumosa nas áreas de divisa entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com volumes que podem variar entre 40 e 80mm. Por outro lado, em boa parte da região, a chuva seguirá irregular e intercalada com janelas de tempo seco, favorecendo os tratos culturais e atividades de colheita e plantio. Nas áreas de café no sul de Minas, a chuva um pouco mais volumosa pode atrapalhar as atividades de pulverização.
De 4 a 9 de abril, a tendência é de chuvas ganhando maior intensidade no Sudeste devido a uma frente fria que vai canalizar a umidade sobre o Brasil Central. Volumes expressivos podem ser registrados na metade norte de São Paulo, no Rio de Janeiro e em toda a metade sul Minas Gerais, o que pode comprometer atividades de campo em diversas localidades.
De 10 a 15 de abril, a chuva deve persistir, fechando a primeira quinzena do mês mais úmida comparada às últimas semanas na região. Os maiores volumes vão continuar concentrados no sul mineiro, o que pode provocar transtornos, já que o solo segue bastante encharcado e com potencial para deslizamentos e erosão do solo nas lavouras.
-
Centro-Oeste
O mês de março se despede com chuva, inclusive com potencial de temporais. Os maiores volumes até o dia 4 de abril devem permanecer no noroeste de Mato Grosso, onde já está chovendo em excesso e trazendo impactos negativos nas lavouras da região. Por outro lado, pancadas irregulares são esperados em Mato Grosso do Sul e Goiás.
De 4 a 9 de abril, previsão de chuva ganhando força em todo Mato Grosso e Goiás devido à chegada de uma frente fria no leste do Sudeste canalizando a umidade para o centro do país. Volumes acima de 70mm podem ser registrados no período, impactando o andamento das atividades de campo.
De 10 a 15 de abril será a vez da chuva voltar a ganhar força em Mato Grosso do Sul. Mesmo que de forma mal distribuída, os volumes entre 35 e 80mm podem atrapalhar as atividades de campo, mas não paralisar o trabalho por completo. No norte de Mato Grosso, a chuvarada também tende a não dar trégua.
-
Nordeste
Os volumes ainda se mantêm expressivos na faixa norte da região entre o final de março e o começo de abril, com acumulados de até 150mm entre Maranhão, Piauí e Ceará. Nessas áreas, devido às chuvas constantes, os produtores enfrentam grandes dificuldades para a realização das atividades de campo. Enquanto isso, até o dia 4 de abril, nada de chuva prevista para praticamente todo o estado da Bahia, que vive uma estiagem.
De 4 a 9 de abril pouca coisa muda na região, que ainda deve registrar muita chuva na faixa norte, desde o leste do Maranhão até o Rio Grande do Norte. Na Bahia, a chuva ainda será bem isolada e o tempo seco ainda continua comprometendo a qualidade do solo, das lavouras e das pastagens.
De 10 a 15 de abril, a chuva volta a acontecer na Bahia, com volumes significativos, o que trará um pequeno alívio aos produtores e pecuaristas. Porém, os acumulados ainda serão insuficientes para reverter o déficit hídrico (precisa de mais chuva e mais constância das precipitações). Na faixa norte ainda chove mais, principalmente em áreas mais próximas ao litoral no Maranhão e no Ceará.
-
Norte
De 30 de março a 4 de abril pouca coisa mudará no Norte do país ,que vive situações de emergência devido ao excesso de umidade com as últimas chuvas. Volumes entre 70 e 200mm ainda poderão ser registrados no Amazonas no Pará.
De 4 a 9 de abril, muita chuva ainda concentrada na região nortista. Os acumulados muito expressivos serão mais pontuais, mas irão acontecer em diversos estados da região. Não se descarta o risco de algum transtorno nas cidades e impactos negativos também nas atividades de campo. Por outro lado, um tempo mais seco se espalha pela maior parte de Roraima.
De 10 a 15 de abril, previsão de chuva volumosa, mas dessa vez concentrada entre o sudoeste do Amazonas e o Acre, com grande potencial de transtornos e mais tragédias devido ao excesso de umidade no solo e nível elevado dos rios, como o Rio Acre, que já transbordou há poucos dias causando tragédias em Rio Branco.
_____________
Editado por: Anderson Scardoelli.
_____________
Canal Rural Clima: ouça o podcast diário sobre previsão do tempo e curiosidades meteorológicas. Apresentação de Pryscilla Paiva.
_____________
Saiba em primeira mão informações sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo. Siga o Canal Rural no Google News.