O oceano Pacífico permanece sob resfriamento. Nas últimas semanas, a porção leste registrou desvio de temperatura de -2 °C. Já a região central do oceano, a mais estudada no que diz respeito aos fenômenos El Niño e La Niña, voltou a marcar temperaturas abaixo da média (-0,5° C), após um mês de julho com desvios mais próximos do normal.
Em sua última atualização, a Agência Americana de Meteorologia de Oceanografia (NOAA) indica que as simulações numéricas variam entre neutralidade e a efetiva formação do La Niña. Mas o órgão trabalha com maior hipótese de o fenômeno ocorrer na primavera de 2020 (60% de chance) e no verão de 2021 (55% de chance). Vale salientar que outras simulações não indicam desvios negativos de temperatura tão significativos ou duradouros, o que mantém a dúvida sobre a hipótese da formação de um fenômeno La Niña clássico.
De qualquer forma, a atmosfera já sente o resfriamento do Pacífico neste momento. O grande espaçamento entre as precipitações no Centro-Sul é um exemplo de que uma parte das frentes frias está se afastando para alto-mar, antes de avançar pela região. Naturalmente, como ainda não há um resfriamento intenso e duradouro, volta e meia a atmosfera retorna para seu padrão “normal”, com chuva mais intensa.
Foi o caso do fim de junho e início de julho, e será o caso desta segunda quinzena de agosto, quando há expectativa de chuva forte entre Paraná e Mato Grosso do Sul. Tudo leva a crer que a oscilação prosseguirá nos próximos meses no Centro-Sul.
Além disso, especificamente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, a regularização da precipitação deverá demorar mais que o habitual. E, por fim, a tendência de um segundo semestre não tão quente como o observado no ano passado.
As ondas de frio com potencial para geadas ainda aparecerão, sobretudo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, na segunda quinzena de agosto e início de setembro. Mas vão perder intensidade no decorrer da primavera, embora a próxima estação seja caracterizada por temperaturas mais baixas.