A chuva se intensifica sobre o interior do Brasil nesta semana e o acumulado passa dos 20 milímetros em boa parte de Mato Grosso e de Goiás, com extremos de 100 milímetros. A chuva será suficiente para repor em pelo menos dez pontos percentuais a umidade do solo nos dois estados. No centro e oeste de Minas Gerais, nordeste de São Paulo e norte de Mato Grosso do Sul também há previsão de aumento da umidade do solo, apesar da precipitação mais fraca.
Além do interior, ainda há previsão de muita chuva no litoral com destaque para toda a costa da Bahia. A precipitação ajuda a aumentar a umidade do solo em áreas de cacau e pastagens, mas deve atrapalhar o embarque de grãos no porto de Salvador, além de trazer transtornos à Região Metropolitana da Capital.
Em Santos e Paranaguá, apesar do acumulado de chuva não ser tão elevado como em Salvador, também há expectativa de diminuição do ritmo de embarque, sobretudo entre terça, 6, e quinta-feira, 7. A partir de quinta-feira, uma frente fria avança pela Argentina, Uruguai e oeste e sul do Rio Grande do Sul levando chuva abrangente às áreas produtoras.
No Rio Grande do Sul, o retorno da precipitação deverá diminuir o ritmo de colheita do arroz no próximo fim de semana. Na semana que vem, a chuva volta a enfraquecer sobre boa parte do interior do país. Somente o estado de Mato Grosso vai receber chuva acima dos 20 milímetros na maior parte dos municípios, além de áreas do Maranhão, Tocantins, Pará e Rondônia. Ainda há previsão de chuva frequente ao longo da costa do Brasil, desde Santa Catarina até o Amapá, diminuindo o ritmo de embarque nos principais portos do país.
As ondas de frio avançam com mais frequência a partir de agora. Na semana que vem, entre terça e quinta-feira, espera-se outra queda, mas sem consequências negativas para o desenvolvimento das culturas. Já entre 18 e 19 de abril, aumenta-se o risco de geadas na Campanha Gaúcha, embora não exista risco de perdas neste momento, já que o arroz e soja estão em processo de colheita. A geada também deverá alcançar Argentina e Uruguai em meados do mês.
Os impactos da chuva irregular e da baixa umidade do solo preocupa os produtores para o desenvolvimento do milho segunda safra. As consultorias vêm cortando as projeções do cereal por conta da instalação muito atrasada e pela chuva mais fraca que o normal entre o fim do verão e início do outono.
Mesmo com a previsão de chuva mais intensa nesta semana, fica difícil imaginar chuva frequente e intensa até junho em Mato Grosso, por exemplo, estado cuja área instalada fora da janela ideal oscila em torno dos 40%. O tempo seco não traz apenas perdas.
No Rio Grande do Sul, o tempo mais seco acelera a colheita da soja, que já passou de 25% da área semeada. O Estado, aliás, teve um clima bem mais propício para o desenvolvimento da soja que do milho e, provavelmente, puxará para cima os números da oleaginosa, sendo o segundo na produção nacional.