Maio será marcado por neutralidade climática no oceano Pacífico, segundo a previsão do tempo. As águas do Pacífico Leste, mais próximo às Américas, estão ligeiramente mais frias, porém sem configurar La Niña — a referência para caracterizar El Niño ou La Niña é o Pacífico Central. Porém, além de ser o Pacífico Leste quem mais influencia no Brasil, ele também é muito volátil, ou seja, esquenta e resfria de forma muito frequente e qualquer mudança na temperatura pode influenciar o Brasil, principalmente a região Sul.
Como de costume, maio é climatologicamente mais seco em grande parte do país. À medida que vamos caminhando para o inverno, é natural as chuvas irem diminuindo e dando lugar para as temperaturas mais baixas, mesmo com predomínio de sol. As frentes frias que avançam pelo país não conseguem mais provocar tanta chuva de maneira geral, porém deixam o céu mais nublado e trazem massas de ar frio mais intensas.
Maio de 2020 vai ser mais seco do que o normal em grande parte do Brasil Central, pegando praticamente todo o Centro-Oeste, norte e Triângulo Mineiro, Espírito Santo, toda a região do Matopiba, sul do Pará e oeste do Amazonas e de Rondônia. Todas essas áreas estarão mais suscetíveis a incêndios, que já começam a ganhar força neste outono e deve aumentar ainda mais nos próximos meses. Além disso, há expectativa de baixa umidade relativa do ar em grande parte das tardes de maio e temperaturas mais elevadas, principalmente do sul de Mato Grosso ao norte de Mato Grosso do Sul.
Devemos ter chuva acima da média apenas em parte do Norte e Nordeste do Brasil. Embora algumas áreas de instabilidades já não tenham tanta força em maio, como a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), elas ainda vão influenciar nas regiões, principalmente na primeira metade do mês. Além disso, as Ondas de Leste ficam ainda mais frequentes no leste e em parte do norte da região Nordeste. Desta forma, maio tem chuva acima da média em grande parte do Amazonas, Roraima, Amapá, norte do Pará, norte do Maranhão, norte do Piauí, e entre Ceará e o litoral norte da Bahia.
Já no Acre, Rondônia, sul de Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e toda a região Sul, a chuva fica dentro do normal.
Vale ressaltar que o “dentro do normal” já significa pouca chuva nessa época. Na região Sul especificamente, a chuva pode ficar ligeiramente acima da média em algumas cidades, porém nada que reverta a estiagem. Com isso a situação agrícola e os reservatórios de água (sendo para energia ou para abastecimento) podem ficar ainda mais críticos.