Não é só a soja que está sendo prejudicada pela falta de umidade na Argentina. Os cereais de inverno, como o trigo, estão em um estado jamais visto pelos produtores da região. O trigo está seco e não possui grãos.
O milho também não se desenvolveu e as espigas estão baixas. O produtor Santiago Del Solar, da cidade de Rojas, conta que a chuva que caiu por lá não chegou nem a 10 milímetros, o que não resolve a situação das culturas.
O plantio da soja no país vizinho chegou a 29,1% do projetado para a safra 2022/23. Apesar de algumas chuvas registradas ao longo da última semana, a falta de umidade no solo continua a condicionar o andamento da semeadura.
Apesar da restrição de umidade, o plantio de milho comercial avança. Mas são necessárias chuvas para garantir boas condições das lavouras. O plantio já atingiu 25,4% da projeção de plantio para a safra 2022/23.
Do trigo, 23% da área já foi colhida, concluindo as operações no norte da área agrícola. Nas áreas do centro-norte de Córdoba e Santa Fé, os rendimentos têm ficado abaixo das expectativas, o que, se essa tendência permanecer, vai afetar a produção.
Onda de calor
Nesta semana, o tempo seco e quente vai predominar nas áreas produtoras da Argentina e deve continuar acentuando o déficit hídrico. Uma forte onda de calor que atinge o centro- sul da América do Sul deve provocar temperaturas acima de 40 °C em algumas localidades produtoras do centro e norte do país.
Apenas pancadas muito isoladas estão previstas para as áreas entre Córdoba e Rosário. Porém, além de isoladas, elas devem apresentar baixos acumulados, que não melhoram as condições das lavouras.
Entre 11 e 12 de dezembro, a passagem de uma frente fria deve provocar chuvas mais abrangentes e com volumes moderados. Elas devem atingir as principais áreas produtoras da parte central e norte da Argentina, aliviando um pouco o calorão.
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