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Veja qual será o impacto do clima nas lavouras de trigo neste ano

Meteorologia prevê bom desempenho da umidade e poucas ondas de frio que afetem diretamente as lavouras de inverno do Sul do Brasil

O trigo tem sido uma opção mais rentável para os produtores rurais depois de tantos percalços com o clima na última safra de verão. O cereal se tornou uma alternativa, inclusive para o uso na composição da ração animal, por conta da escassez de milho, que deixou os custos impraticáveis para muitos avicultores e suinocultores de Santa Catarina e também de outros estados.

As projeções climáticas da Climatempo indicam que vamos ter um bom desempenho da umidade e poucas ondas de frio que afetem diretamente as lavouras de inverno do Sul do Brasil. O trigo, justamente por ser uma cultura de inverno, é bem mais tolerante às baixas temperaturas principalmente no seu estado vegetativo. Segundo Celso Oliveira, meteorologista da Climatempo, em junho não há nenhuma grande onda de frio que possa trazer grandes danos para o trigo. “Já em julho, quando as lavouras estiverem em fase de florada e enchimento de grãos, a quantidade de dias com temperaturas mais baixas é maior e pode afetar algumas lavouras”, diz Celso.

Em relação à umidade, por enquanto, o que está sendo observado é, inclusive, excesso de chuva em algumas áreas. As frentes frias estão sendo alimentadas por águas mais quentes do oceano Pacífico equatorial e essa condição pode trazer até 250 milímetros de chuva para algumas áreas do Rio Grande do Sul nos próximos dias. “O excesso de umidade pode atrapalhar o início dos tratos culturais e a instalação do cereal, mas garantem reservas hídricas do solo para o bom desempenho da safra”, complementa Celso.

Ainda segundo a previsão do tempo, em junho e julho, meses importantes para o trigo, as chuvas devem ficar abaixo da média, ainda um reflexo do fenômeno La Niña vigente, mas é importante ressaltar que vai chover. As médias climatológicas no sul do Brasil não oscilam muito nos 12 meses do ano, diferente do que acontece entre o Sudeste e Centro-Oeste que tem o período úmido do ano mais bem definido e, no outono inverno, meses bem mais secos. Portanto, ainda é possível esperar cerca de 150 milímetros nas lavouras do Sul tanto em junho quanto em julho.