A massa polar que provocou geadas na região Sul a partir de domingo (18) não deve comprometer o desenvolvimento da maior parte das lavouras de trigo no Paraná e no Rio Grande do Sul, segundo produtores e técnicos agrícolas. Na avaliação deles, o impacto das geadas sobre a produtividade do trigo paranaense tende a ser pontual, já que uma área ainda pequena está em floração, fase em que o fenômeno pode ser prejudicial.
Já no Rio Grande do Sul, onde a lavoura é instalada mais tarde, as geadas não afetam o desenvolvimento vegetativo da planta. E as temperaturas bem baixas são benéficas para a boa evolução da safra. No Paraná a maior parte das lavouras, 90%, se encontra em desenvolvimento vegetativo, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. Outros 9% das lavouras, equivalente a cerca de 100 mil hectares, estão em fase suscetível ao gelo. “Boa parte dessa área está no extremo norte do Estado, área menos atingida pelas geadas. Já no oeste, sudoeste e centro-Oeste, provavelmente, algumas áreas que estavam mais adiantadas foram prejudicadas”, diz o coordenador da Divisão de Estatísticas do Deral, Carlos Hugo Godinho.
No Rio Grande do Sul, as plantações das principais áreas tritícolas do Estado foram cobertas por gelo – mas as plantas ainda estão em fase de gramíneas. Neste momento, as geadas ajudam a evitar doenças como fungos nas plantas e contribuem para o controle de pragas e insetos nas lavoura.
“Nesta fase, o frio é muito bom. Quanto mais frio, melhor é o perfilhamento da planta”, aponta o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, Hamilton Jardim. Ele acrescenta que, até o momento, não há relatos de prejuízos nas lavouras tritícolas gaúchas em decorrência das geadas.