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Veja o que esperar da taxa de juros, inflação, reformas e dólar em 2020

Economista avalia a atuação do governo neste ano e diz quais são os pontos a serem trabalhados para que o país continue crescendo

O economista Gesner Oliveira avalia como positivo o trabalho da equipe econômica em 2019. “No primeiro ano de governo [de Jair Bolsonaro] foi aprovada uma reforma importantíssima, sem a qual estaríamos quebrados. Não outra saída. É uma reforma abrangente, que fecha o rombo do sistema previdenciário”, diz.

Segundo o especialista, outro mérito do time do ministro Paulo Guedes foi defender de forma inequívoca o equilíbrio das contas públicas.

“Mas terá que ser algo construído ao longo dos próximos anos. Para que contas equilibradas, sem receitas não recorrentes, e sim de forma sustentada. E principalmente buscar formas de aumentar o investimento, que determinará o nosso crescimento e a capacidade de gerar empregos”, salienta.

Veja opiniões do economista sobre temas importantes da economia:

Câmbio

Oliveira acredita que o dólar deve continuar oscilando no ano que vem, e não só por causa do Brasil, mas porque o clima de incerteza no mundo continua pressionando as economias emergentes. “Mas o Brasil está sólido, com reservas internacionais que podem não impedir variações, mas podem atenuá-las”.

Reforma tributária

O economista torce para que o texto seja aprovado pelo Congresso em 2020, mas acha difícil. “A experiência história mostra que reformas tributárias abrangentes demandam muito tempo. Talvez uma reforma faseada, como já foi cogitado, e bastante realista, simplificando os vários impostos federais em um único, seria bem positiva”.

Para Gesner Oliveira, se a sociedade e os agentes econômicos percebem que o país caminha para um sistema mais racional, por si só isso geraria um impacto positivo.

Inflação e taxa de juros

Segundo o economista, o ciclo de queda na Selic foi muito importante para economia. “A taxa de juros caiu para um patamar correspondente a uma economia que deu um passo para uma inflação mais baixa. É um recorde ter expectativa de no futuro ter inflações sistematicamente mais baixas. O Brasil não conhecia isso no passado”, diz.

Ele acredita que existe uma pequena margem para novos cortes. “Para reduzir mais, é necessário assegurar o conjunto de reformas apresentado. O rombo previdenciário foi resolvido, mas o gasto do setor público não foi resolvido. Precisamos de um estado enxuto e eficiente, e não desse paquiderme que gasta muito”.