De acordo com o presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), a quantidade de frango brasileiro deve ficar ainda menor do que nos últimos meses, não passando de 490 milhões de quilos ao mês em todo o país. No Estado de São Paulo, a redução do alojamento, se comparada ao início do ano passado, pode ser de 25%.
– O grupo das pequenas e médias integrações sofreu muito com a situação financeira em 2012. Elas estão bastante defasadas em relação ao capital de giro para aumentar os planteis no campo. E os grandes grupos, que não tiveram problemas financeiros, não tiveram lucros. Como as exportações, as expectativas também não são de um aumento muito grande, de 3% no máximo. Os grandes grupos deverão manter as suas produções em função de que, se aumentar a produção, vai aumentar a oferta novamente e todo mundo vai perder dinheiro, como foi em 2012 – aponta o presidente da APA, Érico Pozzer.
A falta de capital de giro não é a única dificuldade. Os produtores também seguem com custos elevados. Segundo o analista de mercado Flávio Ruiz, a ração deve ficar ainda mais cara nos próximos meses.
– A tendência é que o preço da ração fique tão caro quanto no ano passado. Se não houver nenhuma notícia que desfavoreça a safra em algum lugar do mundo, a expectativa é de que o preço suba mais ainda. A soja deve ficar nos patamares de R$ 1,5 mil a tonelada do farelo de soja, que leva o preço da ração a R$ 1,8 mil a tonelada – estima o analista.
Com alimentação mais cara e sem poder subir os preços do frango devido à concorrência com o mercado internacional, visto que quase todo frango brasileiro é exportado, o setor vai precisar buscar alternativas para tentar minimizar os custos nas propriedades e aguardar por um momento mais favorável para os criatórios brasileiros.