Segundo o secretário-executivo da entidade, Fernando Sampaio, a situação da Rússia, que chegou a embargar carne bovina brasileira por questões sanitárias, “melhorou muito”, assim como a da União Europeia (UE), que repassou ao Brasil a habilitação de fazendas aptas a exportar ao bloco econômico.
— Com isso, esperamos voltar a crescer nesses mercados — afirmou Sampaio, durante o 7º Encontro Confinamento da Coan Consultoria, em Ribeirão Preto (SP).
Além dos dois mercados, a Abiec espera ampliar o comércio com a China, que recentemente habilitou as cinco primeiras unidades brasileiras para exportar carne.
— Ainda temos uma lista encaminhada para lá com outras nove unidades exportadoras, as quais responderam todas as informações solicitadas. Esperamos que elas sejam também habilitadas o mais rápido possível — completou Sampaio.
As exportações para o Irã podem igualmente ter uma retomada, na avaliação da Abiec. O país é um dos mercados que mais cresceram para a carne brasileira, mas sofreu uma queda recente por causa de embargos econômicos, principalmente dos Estados Unidos. Os embargos atingiram os bancos que operam com o país, dificultando as operações comerciais, como a compra de carnes.
Novos mercados
Entre os novos mercados, a expectativa maior é pela autorização dos Estados Unidos para a compra da carne bovina brasileira in natura.
— O processo está em consulta pública lá e temos de aguardar essa definição — disse o secretário-executivo da Abiec.
Já a Indonésia, mercado ainda incipiente para o setor, mas com uma população de 200 milhões de habitantes, está começando as negociações com o Brasil. Na próxima semana, uma delegação daquele país asiático estará no Brasil para uma série de reuniões comerciais e a carne bovina será um dos produtos em pauta.
Na avaliação de Sampaio, caso o Brasil atinja a meta de US$ 6 bilhões de exportações em 2012, deve retomar o posto de maior exportador mundial de carne bovina, perdido em 2011 para os Estados Unidos. Segundo ele, os norte-americanos só ultrapassaram os brasileiros no ranking no ano passado porque pecuaristas americanos abateram muitas matrizes, por conta da seca nas regiões produtoras, e reduziram o rebanho ao menor nível em 50 anos.
— Essa posição não vai se sustentar em 2012 — concluiu.