Abiec sugere ao Marrocos missão para habilitar frigoríficos brasileiros a exportar ao país

Em encontro com o ministro das Relações Exteriores e Cooperação do Reino de Marrocos, altas taxas para importação de frango também foram discutidasO diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, sugeriu na quinta, dia 19, ao ministro das Relações Exteriores e Cooperação do Reino de Marrocos, Saad-Eddine El Othmani, que uma missão do país venha conhecer a operação dos frigoríficos nacionais.

– Existe acordo sanitário, mas nossas fábricas não estão habilitadas à exportação. Nosso pedido é que o ministro estenda um convite às autoridades sanitárias de Marrocos para conhecer as fábricas brasileiras. Assim, eles poderão aprovar uma lista de indústrias aptas a exportar ao país – declarou.

Sampaio, que esteve com o representante marroquino na Câmara de Comércio Árabe Brasileira, disse que o potencial de vendas para a carne bovina brasileira é “enorme”, uma vez que a produção local é ínfima. Ele não quis citar um volume, mas diz que as peças que podem ser enviadas ao Marrocos são de dianteiro e cortes especiais para abastecimento de hotéis e restaurantes.

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Tarifa é empecilho para vendas de frango ao país

Já o presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, disse que o principal entrave para as vendas de carne de frango ao Marrocos é a tarifa de importação, que beira os 200% (para carnes em geral).

– O mercado está aberto, mas uma taxa como essa é inadmissível – disse Turra, que participa de encontro com o ministro das Relações Exteriores e Cooperação do Reino de Marrocos, Saad-Eddine El Othmani, na Câmara de Comércio Árabe Brasileira.

– Sabemos que o Marrocos tem produção própria de carne de frango insuficiente. Uma real abertura com Brasil não levará apenas turistas, mas parcerias comerciais e alívio para o consumidor marroquino – afirmou Turra.

Sardinha

O diretor da Gomes da Costa, José Alberto Kacelmikn, também presente, disse que as empresas brasileiras ainda sofrem com uma tarifa alta na importação de sardinha marroquina.

– O Brasil importa 70 mil toneladas de sardinha por ano. Somente a Gomes da Costa compra 15 mil toneladas por ano. Há uma pequena cota (ele não disse o volume) que possui uma tarifa de 2%, mas no resto, a maioria, há a incidência de uma tarifa de importação de 10%, o que é oneroso ao setor. Proponho um negócio entre o frango e a sardinha, já que o problema em comum são as tarifas – sugeriu.

O ministro marroquino se mostrou disposto a intermediar e tentar resolver os problemas levantados pelos dois setores.

– Todos os problemas serão discutidos, para reduzi-los e até eliminá-los – afirmou.

Ele informou que a partir de 2014 será criada uma comissão mista de representantes Brasil-Marrocos para discutir acordos, novas parcerias e os entraves ao comércio entre os dois países.

Agência Estado