Em 2008, Brasil e China assinaram um protocolo sobre carne suína. O país asiático é o maior consumidor mundial do produto. O ministro não afastou a possibilidade de que um acordo nesse sentido seja fechado ainda durante esta semana. Nesta sexta, dia 16, Rossi deve se reunir com as autoridades chinesas a partir das 11 horas, em Brasília, para encerrar a rodada de negociação.
O ministro disse que a China adota parâmetros rigorosos para sanidade, o que justifica a demora nas negociações. Rossi observou que a exportação de carne bovina processada do Brasil para a China depende do credenciamento de frigoríficos, que deverá ser feito pelas autoridades chinesas. Por isso, as negociações com Pequim continuam.
Demora
Também nesta quinta, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, lamentou, em nota, a decisão da China de enviar somente em setembro uma missão veterinária ao país para inspecionar as unidades de abate de suínos brasileiras. A visita era aguardada pela Abipecs para maio deste ano.
? Estávamos esperando que a missão viesse em maio. Todas as tratativas indicavam essa data. Se não conseguimos esse resultado com a visita do presidente chinês, Hu Jintao, tudo indica que o processo de abertura à carne suína na China pode demorar ainda mais do que o imaginado ? disse Camargo em nota encaminhada à imprensa.
Camargo Neto esteve na China em fevereiro e, na ocasião, representantes chineses haviam marcado uma visita ao Brasil para o final de maio.
Em dezembro passado, a China reconheceu as regiões livres de febre aftosa no Brasil, o que significa que o obstáculo sanitário para as exportações à China foi vencido. Agora, é preciso que seja realizada a análise dos frigoríficos pré-aprovados a exportar carne suína para a China. Vinte e cinco unidades já teriam sido selecionadas previamente.
Segundo Camargo Neto, o processo de abertura do mercado chinês tramita há vários anos. Com a visita do presidente chinês ao país, a expectativa era de que ele estivesse chegando à etapa final, pois era aguardada maior agilidade na abertura daquele mercado após o encontro.
Óleo de soja
Rossi comentou ainda o impasse que envolve a China e a Argentina no comércio de óleo de soja. No início deste mês, os chineses bloquearam a entrada do óleo de soja da Argentina, argumentando que o produto não obedece ao padrão de qualidade do país, com nível de resíduos de solventes acima do permitido.
Questionado sobre possíveis ganhos por parte do Brasil, Rossi disse que o embargo ao produto da Argentina pode “ensejar uma oportunidade”. Ele ressaltou, no entanto, que os chineses sinalizaram preferência pelo óleo de soja produzido em unidades americanas e canadenses instaladas na China.
? [O ganho] Não será tão enorme ou tão rápido como queremos ? disse.