De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a intenção de confinamento em Mato Grosso chega a 798 mil animais, pelo menos 200 mil cabeças a mais do que a quantidade confinada no ano passado. O balanço também supera a estimativa feita em abril, que apontava um volume 3,7% menor que o atual.
Segundo o levantamento do Imea, até agora os pecuaristas e empresas adquiriram 90,2% do boi magro que será confinado e compraram 40,4% da silagem (volumoso). Na avaliação de Luciano Vacari, superintendente da Acrimat, a intenção de confinamento pode diminuir, pois o item alimentação representa mais de 20% do custo deste sistema de engordado do gado.
O superintendente do Imea, Otávio Celidonio, afirma que o aumento foi uma surpresa, pois a expectativa era de redução em relação a abril. Ele atribui a reversão de tendência à “boa rentabilidade do negócio, que hoje é de mais de 20%”.
Luciano Vacari comenta que mesmo a expansão do número de animais confinados não será suficiente para atender à demanda dos frigoríficos de Mato Grosso. Ele estima que o abate estadual neste ano deve atingir 4,5 milhões de cabeças e explica que o boi gordo originado dos confinamentos representa em média 17% da demanda anual, chegando a atingir 26% no período de pico da entrega, que acontecerá em outubro.
Na opinião de Vacari, “o confinamento não alivia a situação dos frigoríficos, pois terão que buscar os animais de campo, que estão sem pasto”. Ele comenta que, diante da expectativa de alta de preços durante a entressafra, muitos frigoríficos no Estado estão fazendo confinamento para ter uma reserva de boi gordo.
? Enquanto os produtores optam em confinar por não dispor de pasto suficiente para alimentar o gado, os empresários montam uma estrutura de confinamento com uma visão empresarial de um negócio rentável ? falou Luciano Vacari.
O levantamento também mostra que a maioria dos animais está pronto para o abate nos meses de setembro (24%) e outubro (24,9%). E que em outubro os confinamentos instalados no nordeste do Estado atenderão 66% da demanda da indústria local. Este ano, Mato Grosso deve abater 4,5 milhões de cabeças de gado. O boi de confinamento representa apenas 17% deste total.