Pela IN 51, desde julho deste ano, o leite entregue à indústria deveria ter no máximo 400 mil Contagens de Células Somáticas (CCS) por ml e 100 mil unidades formadoras de colônias de bactérias (CTB) por ml. No entanto, segundo dados do Laboratório de Qualidade do Leite da Embrapa, 45% dos rebanhos analisados não atendem as exigências para CCS. No caso da CTB, os dados são ainda piores: 95% dos rebanhos produzem leite com CTB acima de 100 mil.
O fato da maioria dos produtores não se enquadrar nas exigências da IN 51 fez com que o Mapa adiasse a vigência da norma para o início de 2012. Neste período os técnicos da Embrapa desenvolveram um estudo que leva em consideração as dificuldades dos produtores em se adequar às exigências. Segundo a proposta, a diminuição da CCS e CTB até o limite de 400 mil e 100 mil respectivamente deve ser gradativa e realizada nos próximos quatro anos para os Estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país.
Segundo o chefe geral da Embrapa Gado de Leite, Duarte Vilela, a mudança no cronograma de implantação da IN 51 não representa uma derrota do setor.
– A pecuária de leite no Brasil apresenta múltiplas realidades. Enquanto temos rebanhos produzindo leite com padrão de qualidade do primeiro mundo, há propriedades que ainda não estão preparadas para se enquadrarem nos atuais índices. Precisamos criar condições para que estas diferenças diminuam – afirma Vilela.
Segundo ele, a proposta da Embrapa não busca apenas atrasar o cronograma vigente.
– Não acreditamos que somente isto seja suficiente para alavancar a qualidade do leite nacional – diz Vilela.