– O grande problema, segundo consta, da exportação de carne bovina, foi que o preço no mercado internacional subiu – avalia.
De acordo com a coordenadora técnica da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Gabriela Tonini, o preço médio do produto vendido aos árabes subiu 19,57% em 2011. Entretanto, as vendas caíram 22,21% em volume e 6,98% em receita. Ela afirma que, além da instabilidade política na região, a concorrência com os indianos pesou.
– A Índia tem um preço de carne bem inferior ao do Brasil e exporta carne de búfalos. Isso tem feito com que a concorrência com a carne brasileira tenha sido maior do que a gente tem visto nos últimos anos – observa.
Para a Abiec, em 2012 deve haver uma recuperação do mercado árabe para a carne bovina brasileira. Alaby acrescenta que o agronegócio deve manter um papel relevante. Há, inclusive, segundo ele, espaço para aumentar a participação de diversos segmentos.
– A gente tem que trabalhar para vender café de marca, blend, torrado e moído, para expresso. Também a questão do milho e soja, que continuam máquinas e equipamentos agrícolas. É outra área importante, mas para você vender máquinas agrícolas, tem que ter o financiamento junto – diz.
Conforme o presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Salim Taufic Schahin, as importações do Brasil também registraram alta, com 43,3% a mais do que no ano anterior. Os destaques ficam por conta de combustíveis e fertilizantes. Os números revelam que, pelo terceiro ano consecutivo, o saldo foi positivo para o Brasil, em US$ 5,1 bilhões.
– Em meio a diversas crises em alguns desses países árabes, nós crescemos, assim como as nossas transações comerciais com o mundo árabe. Existe um enorme potencial para o Brasil crescer nesta área, por causa dessa aproximação política com o mundo árabe e dos esforços que estão sendo feitos para aproximar esses dois povos – diz.
Mesmo com o reconhecimento do potencial de negócios, a projeção para 2012 é conservadora. A corrente de comércio, soma de importações e exportações, deve crescer entre 10% e 15%, depois de aumentar 28% no ano passado, ainda segundo Schahin.
– Nesse ano, que você tem uma crise de proporções enormes ainda não resolvidas na Europa, nós estamos esperando que o consumo mundial decresça – aponta.