Alimentação é 'boa notícia' no IPC de fevereiro, aponta Fipe

Classe apontou desaceleração de 0,54% em janeiro para 0,34% no mês passadoApesar da deflação de 0,21% em Habitação e de o grupo ser o de maior peso no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com 30,94%, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontou a desaceleração na classe de despesa Alimentação, de 0,54% em janeiro, para 0,34% no mês passado, como a "principal boa notícia" da inflação paulistana de fevereiro. Como a Fipe divulgou nesta segunda dia 4, o IPC saiu de uma alta de 1,15% em janeiro, para uma elevação de 0,22% no mês passado.

– O movimento de desaceleração começou a ser sentido de forma indireta em janeiro. A grande pressão veio da alta dos industrializados e dos semielaborados, principalmente das carnes, no fim do ano passado. Em janeiro, houve aumento fortíssimo dos in natura, o que mais que compensou a desaceleração desses itens (carnes). Em fevereiro, os in natura se acomodaram e ajudaram realmente no arrefecimento de Alimentação como um todo – explicou o coordenador do IPC, Rafael Costa Lima.

– A alta de 0,34% do grupo Alimentação é a menor desde julho de 2012 (-0,98%) -, acrescentou. O conjunto de preços de alimentos tem o segundo maior peso no IPC, de 22,92%.

De acordo com a Fipe, os alimentos industrializados tiveram uma alta de 0,37% em fevereiro (de 0,33% em janeiro); os semielaborados ficaram com deflação de 0,46%, após queda de 0,16%, refletindo o recuo das carnes bovinas (-1,91%). Os alimentos in natura subiram 1,50%, frente a uma elevação de 2,37%, enquanto Alimentação fora do Domicílio teve inflação de 0,59%, de 0,75% em janeiro.

– Os alimentos in natura devem continuar desacelerando e ter taxas menores. [O movimento de] in natura foi a boa notícia dentro de Alimentação – afirmou.

Por causa do excesso de chuva em algumas regiões produtoras do país, os preços dos alimentos in natura aceleraram e atingiram 8,25% no fechamento do IPC de janeiro. Para Costa Lima, passada a sazonalidade, os preços poderão reduzir mais, já que muitos alimentos ainda estão com taxas elevadas.

Ele citou a inflação de tubérculos (de 8,92% para 5,87%) e de legumes (de 18,30% para 5,61% em fevereiro).

– Alguns estão em alta, mas já com tendência à estabilidade e podendo até cair – destacou. Os preços das frutas, por sua vez, cederam 2,34% em fevereiro, após aumento de 1,61%.

Além da influência benéfica de Alimentação, o IPC ficou menor por conta de Habitação (-0,21%) e Despesas Pessoais (-0,10%), ressaltou Costa Lima. Já o grupo Transportes (0,84%) subiu em fevereiro, puxado pelo reajuste nos preços da gasolina.

De acordo com Costa Lima, a desaceleração do IPC em fevereiro deixa o “panorama da inflação um pouco menos sombrio, mas ainda preocupante”, referindo-se à taxa acumulada em 12 meses, que até março está em 5,91%. 

Agência Estado