Alimentação da vaca durante gestação influencia no desempenho do confinamento de bezerros

Estudos comprovam que uma vaca bem alimentada produz animais com melhor formação muscularQuando se coloca um boi no confinamento e oferece alimentação balanceada o objetivo é promover ganhos na hora do abate. Mas o resultado desse investimento não depende apenas dos 90 dias que ele vai ficar nos currais de engorda. A alimentação da mãe do bezerro de corte, durante a gestação, influencia no desempenho do confinamento. O assunto foi o destaque do quadro Rebanho Gordo do Jornal da Pecuária desta quinta, dia 20.

Em Goiás – Estado que é o maior confinador do país – a maioria dos confinamentos investe pesado em estratégias para alimentar os bois. Na Fazenda Planura, em Aruanã, no noroeste goiano, a fábrica de ração, que custou cerca de R$ 5 milhões, garante uma mistura mais homogênea, para que os animais comam tudo o que foi colocado no cocho.

Na Fazenda Conforto, em Nova Crixás, na mesma região, uma máquina no valor de R$ 3 milhões transforma grãos em flocos, para melhor absorção do alimento pelo gado.

Todos esses cuidados buscam aumentar o ganho de peso, o rendimento de carcaça e diminuir o desperdício. Mas o resultado de todos esses investimentos pode não sair como o esperado se os animais não forem bem nutridos antes de entrarem no confinamento.

A produção de uma boa carcaça não depende apenas da alimentação que o boi recebe dentro dos currais de engorda. Estudos comprovam que uma vaca bem alimentada durante a gestação vai produzir bezerros com melhor formação muscular. Segundo o zootecnista Pedro Veiga Paulino, essa influência é ainda mais forte no meio da gestação.

– Do terceiro ao sétimo mês, quando se forma o músculo, se ela sofrer stress vai comprometer a qualidade da carcaça. A qualidade é definida bem antes do que imaginamos – afirmou Paulino.

O acesso ao alimento de qualidade deve ser garantido enquanto a vaca está amamentando e também depois da desmama. Mas, de acordo com o zootecnista, a fase de recria, em muitas propriedades, não recebe o manejo nutricional adequado. Isso deixa para o confinamento a impossível tarefa de tentar corrigir os erros de toda uma vida em apenas 90 dias.

– Temos que evoluir na recria. O animal que chega magro vai ter um ganho compensatório, mas não vai transferir para a carcaça. Ele transfere uns 50% do que ele come para a carcaça. O bezerro bem alimentado transfere 70% – explica o zootecnista.

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