Em Goiás – Estado que é o maior confinador do país – a maioria dos confinamentos investe pesado em estratégias para alimentar os bois. Na Fazenda Planura, em Aruanã, no noroeste goiano, a fábrica de ração, que custou cerca de R$ 5 milhões, garante uma mistura mais homogênea, para que os animais comam tudo o que foi colocado no cocho.
Na Fazenda Conforto, em Nova Crixás, na mesma região, uma máquina no valor de R$ 3 milhões transforma grãos em flocos, para melhor absorção do alimento pelo gado.
Todos esses cuidados buscam aumentar o ganho de peso, o rendimento de carcaça e diminuir o desperdício. Mas o resultado de todos esses investimentos pode não sair como o esperado se os animais não forem bem nutridos antes de entrarem no confinamento.
A produção de uma boa carcaça não depende apenas da alimentação que o boi recebe dentro dos currais de engorda. Estudos comprovam que uma vaca bem alimentada durante a gestação vai produzir bezerros com melhor formação muscular. Segundo o zootecnista Pedro Veiga Paulino, essa influência é ainda mais forte no meio da gestação.
– Do terceiro ao sétimo mês, quando se forma o músculo, se ela sofrer stress vai comprometer a qualidade da carcaça. A qualidade é definida bem antes do que imaginamos – afirmou Paulino.
O acesso ao alimento de qualidade deve ser garantido enquanto a vaca está amamentando e também depois da desmama. Mas, de acordo com o zootecnista, a fase de recria, em muitas propriedades, não recebe o manejo nutricional adequado. Isso deixa para o confinamento a impossível tarefa de tentar corrigir os erros de toda uma vida em apenas 90 dias.
– Temos que evoluir na recria. O animal que chega magro vai ter um ganho compensatório, mas não vai transferir para a carcaça. Ele transfere uns 50% do que ele come para a carcaça. O bezerro bem alimentado transfere 70% – explica o zootecnista.
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