A indústria brasileira produz 640 milhões de toneladas de ração só pra aquicultura. Além de reduzir a margem agora, o setor teme retração de consumo. Como efeito dominó se a ração fica cara, o produtor compra menos, diminui a produção e todo mundo perde no final das contas.
A indústria de ração teve que absorver o aumento de custo também. Só pro setor de aquicultura, que envolve a criação de peixes e de camarão, o custo da matéria prima, como a soja e o milho, subiu de 30 a 40% de janeiro até agora.
– O impacto foi muito forte. É muito difícil no outro ela da cadeia passar isso para o consumo, pro varejo – afirma o vice-presidente do Sindirações, Ariovaldo Zani.
Alcebíades Ferreira, proprietário de um pesqueiro em Jundiaí (SP), sente no bolso a alta na cotação dos grãos. Em abril, ele pagou R$ 42,00 pela saca de 25 quilos. No mês passado, o mesmo produto custou mais de R$ 46,00.
– Estamos perdendo, né. Cada aumento que há, há uma perda sempre – lamenta.
Para Zani, seria importante a participação do governo para controlar a crise. A carga tributária, PIS COFINS principalmente, pesam na cadeia, segundo ele. E o setor de alimentação animal é o que mais absorve os grandes impactos.
– O aumento desses insumos utilizados aliado a uma dificuldade na obtenção de crédito pra capital de giro, praticamente, tirou o fôlego do produtor. Aqueles que ainda são maiores, capitalizados, com condições, tem prevalecido, mas definitivamente a situação é muito complicada – afirma.