Alta no preço do boi gordo deve durar até outubro

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agrícola e previsão do tempo para começar o dia bem informado

Boi
O mercado físico teve preços do boi gordo mais altos nesta segunda-feira. A expectativa é de novas valorizações no curto prazo, pelo menos enquanto a oferta de animais terminados permanecer limitada. Esse quadro deve se alterar apenas no último trimestre do ano, quando chega ao mercado o segundo giro de animais confinados. Enquanto isso os frigoríficos permanecem com suas escalas de abate posicionadas entre dois e três dias úteis.

Segundo a Scot Consultoria, em São Paulo a semana começou com mercado firme e pagamentos acima da referência. Na região, a arroba do macho terminado fechou em alta, cotada em R$ 139,50, à vista, livre do Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural (Funrural). Em relação ao inicio do mês os preços estão 12,5% maiores. Altas acima de 10% para a arroba do boi gordo, desde o início de agosto, também são comuns em Goiás, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

Já o mercado atacadista apresentou preços estáveis. São esperados cotações mais altas no setor já na primeira quinzena de setembro devido ao repique tradicional de consumo das duas primeiras semanas de cada mês.

A quantidade total de carne bovina in natura exportada pelo Brasil em agosto (19 dias úteis) chegou a 100,8 mil toneladas, com média diária de embarques de 5,3 mil toneladas. Na comparação com julho, houve um ganho 4,7% na quantidade média diária exportada. Em relação ao mesmo período do ano passado, a alta foi de 48% na quantidade média diária, segundo o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Dólar
O mercado cambial foi fraco de uma maneira geral, com investidores na expectativa de indicadores mais relevantes. Aqui dentro o dólar deve ter uma semana mais volátil, típico movimento de final de mês. 

A possibilidade da Procuradoria Geral da República (PGR) denunciar novamente o presidente, Michel Temer até setembro foi um dos fatores que segurou o câmbio no Brasil. Lá fora, a expectativa é com os dados do produto interno bruto (PIB) e da inflação dos Estados Unidos que serão divulgados durante a semana. No final do dia o dólar comercial terminou negociado a R$ 3,164 alta de 0,25%.

A divulgação do produto interno bruto (PIB) brasileiro do segundo trimestre, as novas votações no Congresso da medida provisória (MP) que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) para os contratos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a reforma política são itens que também estão no radar dos investidores.

Soja
A soja na bolsa de Chicago (CBOT) teve uma segunda-feira, dia 28, de quedas. A perspectiva de bom desenvolvimento das lavouras, gerada pelas condições climáticas que colaboraram e a perspectiva de safra recorde americana foram alguns dos fatores que contribuíram para as baixas na bolsa. 

A projeção da Pro Farmer, a Associação dos Produtores dos Estados Unidos, é que o país vai colher uma safra de 117,87 milhões de toneladas. Apesar do número ser abaixo do estimado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que projetou uma safra de 119,2 milhões de toneladas, se confirmado esta será a maior safra de soja da história do país.

O destaque do dia foi a divulgação das condições das lavouras americanas pelo USDA. Para a soja o órgão estimou que até o dia 27 de agosto, 61% da safra estava em boa ou excelente condição, 28% em situação regular e 11% em condições entre ruins e muito ruins. Na semana anterior, os índices eram de 60%, 28% e 12%, respectivamente. 
 
Aqui no Brasil o mercado iniciou a semana mantendo o ritmo lento nas vendas. Os ganhos do dólar neutralizaram a baixa em Chicago e os preços internos da soja ficaram estáveis e ainda distantes do que os produtores esperam.

Milho
A bolsa de mercadorias de Chicago para o milho registrou preços mais baixos. A perspectiva de uma grande safra norte-americana manteve o mercado sob pressão. Segundo a Pro Farmer, a produção de milho deverá totalizar 354,4 milhões de toneladas com produtividade de 174,7 sacas por hectare.

Em relação à condição das lavouras, o USDA estimou que até o dia até 27 de agosto, 62% da safra estava entre boas e excelentes condições, 26% em situação regular e 12% em condições entre ruins e muito ruins. Na semana anterior, os números eram de 62%, 26% e 12%, respectivamente.

No mercado interno o dia foi de lentidão e preços do milho estáveis. Alguns negócios foram reportados, mas em pequeno volume. A comercialização segue vagarosa devido à baixa fixação por parte do produtor. Em São Paulo, o mercado está mais pressionado pela evolução da colheita da safrinha.

Café
O café na bolsa de Nova Iork encerrou o pregão com cotações entre estáveis e mais baixas. A sessão foi volátil e o mercado buscou uma correção após os ganhos acentuados da sexta-feira, dia 25. O vencimento de dezembro de 2017 fechou cotado a US$ 131,35 cents por libra-peso, com baixa de 5 pontos.

A comercialização do grão no mercado brasileiro seguiu baixa. Como as cotações de Nova Iork ficaram pouco alteradas, os preços do café ficaram estáveis. 

Previsão do tempo
A terça-feira, dia 29, começa com céu aberto em quase todo o país, sendo a exceção áreas de instabilidade isoladas no Amazonas, além de nebulosidade na faixa litorânea das regiões Sudeste e Sul. As condições do tempo se mantêm as mesmas dos últimos dias, com o predomínio da massa de ar seco em conjunto com o aumento das temperaturas durante a tarde, levando os valores de umidade relativa a níveis críticos. 

De acordo com satélites de monitoramento de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta segunda o Brasil foi responsável por 27.742 focos de queimada. Além disso, nos últimos 4 dias, os focos de queimada totalizaram 113.567. Do total de focos desses dias, 27% deles foram registrados no Pará, 20% em Mato Grosso e 11% em Rondônia. Para setembro a expectativa é que o interior do Brasil receba chuvas abaixo da média.

Nos Estados Unidos, o Furacão Harvey, que originou tempestades extremamente intensas sobre o sul do Texas e Louisiana, trouxe índices de chuvas jamais vistos na região. Segundo a consultoria AgResource, a colheita de soja e milho, que já começaram na região, está sendo prejudicada pelas intensas chuvas que caem desde sexta-feira. Os impactos gerais nas safras da região ainda são desconhecidos.

Sul
A ação de um bloqueio atmosférico no oceano pacífico mantém um corredor de umidade sobre o norte da Argentina, Uruguai e o Rio Grande do Sul. Assim, ainda ocorrem pancadas de chuva no sul e oeste gaúcho. No entanto, a chuva é mais isolada e com acumulados mais baixos. No restante do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Paraná o tempo firme predomina. A temperatura aumenta sobre toda a região Sul e a sensação é de calor, especialmente no período da tarde. A umidade relativa do ar no Paraná pode ficar abaixo dos 30%, o que é considerado estado de atenção.

Sudeste
Ao longo do dia o tempo segue firme no Sudeste e isso favorece aumento da concentração de poluentes nos centros urbanos. O destaque também vai para os baixos valores de umidade relativa do ar durante a tarde. As temperaturas seguem elevadas e a sensação de calor predomina na maior parte das áreas. A exceção vai para chuva fraca no litoral do Espírito Santo à noite.

Centro-Oeste
A atuação de um bloqueio atmosférico impede que a chuva chegue nas áreas do interior do Brasil e a região segue com tempo firme e seco. A atenção fica para a baixa umidade relativa do ar no período da tarde, especialmente em Goiás, que mais uma vez atinge valores desérticos. 

Nordeste
A condição para chuva segue na faixa leste nordestina, devido aos ventos úmidos que sopram do mar. A chuva mais pesada fica concentrada na região de Aracaju, porém sem temporais. Chove também no norte do Maranhão de forma isolada. O interior da região, no entanto, segue com tempo seco e firme. A temperatura aumenta mais no interior do Nordeste e a sensação de calor se estende para todos os estados, mas o destaque continua sendo o interior do Piauí onde as máximas se aproximam dos 40°C.

Norte
A chuva continua a ocorrer entre o norte do Pará, centro e norte do Amazonas, Roraima, e Amapá. Nas demais áreas da região o tempo segue firme e com muito calor. Atenção ao aumento do risco de queimadas entre o sul do Pará e o Tocantins. A umidade relativa do ar fica bastante baixa durante a tarde nestas áreas.